terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Estrada da Noite - Joe Hill


  • Editora: Sextante
  • Autor: JOE HILL
  • Ano: 2007
  • Número de páginas: 317
Sinopse: Uma lenda do rock pesado, o cinqüentão Judas Coyne coleciona objetos macabros: um livro de receitas para canibais, uma confissão de uma bruxa de de 300 anos atrás, um laço usado num enforcamento, uma fita com cenas reais de assassinato. Por isso, quando fica sabendo de um estranho leilão na internet, ele não pensa duas vezes antes de fazer uma oferta.
"Vou 'vender' o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto..."
Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um.
Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora.
O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente - verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar. O morto é Craddock McDermott, o padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude.
Numa corrida desesperada para salvar sua vida, Jude faz as malas e cai na estrada com sua jovem namorada gótica. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída para o futuro. As verdadeiras motivações de vivos e mortos vão se revelando pouco a pouco em A estrada da noite - e nada é exatamente o que parece.
Ancorando o sobrenatural na realidade psicológica de personagens complexos e verossímeis, Joe Hill consegue um feito raro: em seu romance de estréia, já é considerado um novo mestre do suspense e do terror. 


Nunca ouviu falar em Joe Hill? Não faz menor ideia de quem ele seja? Bom, eu vou dar uma ajudinha. Joe Hill é apelido para Joseph Hillstrom King. King. Ele é simplesmente filho do conhecido mestre do terror, Stephen King, ou seja, por mais que seja burrice comparar ambos e exigir do mais novo o mesmo talento, é mais do que claro que ele carrega uma enorme responsabilidade, de ser tão bom quanto o pai. Confesso que nunca li nenhuma obra do mestre King, apesar de alguns livros dele já estarem em minha lista dos próximos pra ler. Mas tenho uma noção de suas histórias devido à alguns filmes baseados em seus livros que assisti. Pelo visto, ele é muito bom. Faz o que eu mais adoro: terror psicológico. Claro que só poderei dar minha opinião concreta depois que ler alguma de suas obras. Mas pelo pouco que sei, digo que Joe Hill pode ser até bom, mas não chega aos pés do seu pai. 

Em primeiro lugar, ultimamente eu venho me decepcionando com livros de terror (pra falar a verdade, filmes também). Nenhum tem conseguido me causar medo (mesmo eu sento uma medrosa do caramba). Sou apaixonada por um bom terror, um bom suspense. Adoro sentir aquela apreensão que só boas histórias do gênero conseguem nos causar.  E ultimamente, nadinha, nem um medinho, um frio na barriga, nada! E Joe Hill foi mais um que me decepcionou. Esperava mais do filho do grande mestre do terror. Li à noite pra ver se sentia pelo menos um pouquinho de medo, mas nem assim adiantou. Apesar de tudo, ele e seu livro não são ruins.
"A Estrada da Noite", seu romance de estreia, é muito bem escrito, possui um ritmo excelente. Não há enrolação, tudo acontece rapidamente fazendo com que o leitor não tenha tempo de sentir tédio. 

 Os personagens são carismáticos à sua maneira: Jude Coyne é o típico roqueiro cuja carreira esfriou devido ao final de sua banda. Continua com a pose de bad boy, mas parece bem menos apavorante do que em seu auge. Sua namorada, MaryBeth Kimball, a quem ele chama de Géorgia (pois ele chama todas as suas namoradas não pelo nome, mas pelo Estado em que nasceram), apesar de ser uma gótica ex-dançarina de boate, me aspirou simpatia. Gostei dela.

Há também aqueles personagens que não necessariamente aparecem, mas são lembrados a todo instante, como por exemplo Anna, ou Flórida, ex-namorada de Jude que supostamente se matou por ter levado um pé na bunda dele e enteada do morto que passa a assombrá-lo. Sim, eu disse "supostamente se matou", e pra lá do meio do livro você descobre por que. Também gostei dela apesar de às vezes a achar meio irritante com sua mania de fazer perguntas.


Na minha opinião, a medalha de prata pra melhor personagem do livro é pro morto, Craddock McDermott. Não sei porque, mas eu tinha vontade de rir cada vez que o imaginava aparecendo com seu enorme chapéu e o terno preto do tipo que Johnny Cash usava.

Aliás, falando em Johnny Cash, um dos pontos que mais gostei do livro é o fato de várias lendas do rock ou de culturas "sombrias" terem sido citados. Ac/Dc, Led Zeppelin, Alastair Crowley, o serial killer John Wayne Gacy (eu sou meio viciada em ler sobre serial killers), o próprio titio Cash, entre muitos outros. Adorei quando citaram o trecho da música Folsom Prisom Blues: "Quando eu era apenas um bebê mamãe sempre me dizia: filho sempre seja um bom garoto, nunca brinque com armas".

A medalha de ouro pra melhor personagem vai pros cachorros de Jude: Angus e Bon. Em primeiro lugar, porque eles são cachorros e eu amo animais. Em segundo, porque ambos têm grande importância na história e talvez sem eles Jude e Géorgia teriam morrido. 

A história já está bem contada na sinopse logo acima, então acredito que não haja necessidade de eu repetir . Eu particularmente achei o enredo um pouco "mirim" (como diz meu namorado). Não é nada muuuito fabuloso, mas também não é ruim. Dou nota 7 pro "King filho". E continuo loucamente minha busca por livros que me façam sentir medo de verdade. Se alguém tiver uma sugestão, por favor, dê! 

Até o próximo livro :)
E obrigada a todos que mesmo não comentando têm elogiado bastante o blog!

4 comentários:

Alex Zigar disse...

Também nunca li King, mas conheço sua fama. Pela resenha acima, também não senti vontade de ler o King Jr. Sobre histórias de terror, horror e morte eu fico com o grande mestre, que renovou o gênero de terror e criou o romance policial, Edgar Allan Poe. Não sei se suas histórias provocam medo, porém, com certeza, é alta literatura. Como introdução eu aconselho a antologia de contos de Flávio Moreira da Costa: Os Melhores Contos de Medo, Horror e Morte. Gosto também de um pequeno livrinho de contos fantásticos de Lygia Fagundes Telles: Venha ver o pôr-do-sol e outros contos. E Álvares de Azedo com seu “Noite na Taverna”.Divirta-se!

Abraços.

Marina Risther Razzo disse...

Eu já li Edgar Allan Poe e Álvares de Azevedo. São realmente demais. Flávio Moreira da Costa e Lygia Fagundes Telles eu nunca li, valeu pela dica :)
E confesso que a primeira vez que li um livro uma história de Edgar Allan Poe eu senti um certo medo sim ahuahuiahuahiahu tudo bem que foi há anos atrás, eu era bem mais nova, mas ele conseguiu me deixar com aquela sensação de apreensão que eu tanto adoro!

Abraços =)

Paula Montanari disse...

Pois é...ninguém mais faz histórias de terror como antigamente. Ou somos nós que já estamos calejadas de tanto ler e assistir filmes sobre isso. Mas a verdade é que a maioria das histórias considero mais suspense do que terror próprimente dito.
Queria ter tempo pra ler ;/

Lucas disse...

A 3 anos atras eu achei por acaso em um site um download que continha todas as obras do mestre Stephen King, baixei na mesma hora, mesmo sabendo que ler no pc era algo extremamente desagradavel e
que eu nao possuia nenhum habito em leitura. Parecia que algo naqueles livros me despertava interesse, o simples nome de King ja me causava grande vontade em comprar algum livro dele, nao sei algo inexplicavel. Li apenas 1 livro pequeno dos que eu havia baixado, por sinal gostei muito, mas infelizmente nao lembro o nome( hahaha). Fiquei fascinado pela coleçao da Torre Negra e prometi pra mim mesmo que um dia compraria todos, mesmo que fosse apenas para enfeite. (auauahauahauaa)

Até que esse ano resolvi comprar o volume 1 da Torre Negra chamado de "O Pistoleiro", seu tamanho é reduzido e sua historia nao é nada de aterrorizadora, até porque é o primeiro volume, mas o enredo é muito bom, vale a pena ler. Pretendo ler todos os livros de king e claro nao posso deixar de lado os livros do "king mais novo". Nao vou comparar o desempenho de escrita de pai e filho, pois acho que cada um tem seu estilo e seu publico alvo.

obrigado, beijos

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