sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Inimigo de Deus - Crônicas de Artur Vol. 2 - Bernard Cornwell

  • Editora: Record
  • Autor: BERNARD CORNWELL
  • Ano: 1996
  • Número de páginas: 518

    Sinopse:
    Artur saiu vencedor da sangrenta batalha no Vale do Lugg e conseguiu seu objetivo: Unificar os Reinos da Britânia sob um juramento de fidelidade ao jovem Rei Mordred. Chegou, então, a hora de um confronto definitivo contra os saxões, para expulsá-los de uma vez das terras britânicas e alcançar uma era de paz e prosperidade.
    Mas um grande conflito pode atrapalhar seus planos: a luta entre os antigos Deuses e os cristãos. Para Artur, não importa se a nova religião vencer, desde que isso não atrapalhe seus objetivos. Um homem, porém, jamais se esquecerá da antiga fé: Merlin, se ele conseguir reunir os Treze Objetos Sagrados da Britânia, espalhados quando os romanos devastaram Ynys Mon, a Ilha Abençoada, os Deuses serão restaurados e os saxões serão lançados ao mar e o cristianismo será apagado até o último vestígio.

    O mais poderoso desses objetos é o Caldeirão Mágico. Para recuperá-lo, Merlin deverá partir em uma jornada que o levará a lugares perigosos e desconhecidos. Nessa viagem, contará com o auxílio de sua magia e da espada de Lorde Derfel, um dos mais poderosos guerreiros de Artur, que segue com ele rumo aos confins da Terra em busca do tesouro. O caos, porém, toma conta de toda a Britânia. E de onde menos espera Artur recebe golpes duríssimos, que põem em risco sua vida, família e todos os planos para o reino.
    O Inimigo de Deus dá seguimento ao sucesso de O Rei do Inverno, levando aos leitores a vida de Artur e seu mundo com uma nitidez espantosa jamais conseguida em outras narrativas. É a história de um homem que luta por seus ideais em uma era brutal, prejudicado por suspeitas e magias do passado, rodeado por intrigas, e que depende apenas de sua habilidade na guerra e de seu talento para a liderança. Um romance empolgante que revela fatos históricos sobre Artur e seu mundo, imortalizados por bardos que há séculos cantam e contam as aventuras do maior herói de todos os tempos.


    Mesmo que soe um tanto repetitivo, vou dizer mais ou menos o que havia dito no post "O Rei do Inverno - Crônicas de Artur Vol 1" (veja aqui):  Pra um livro acerca de rei Artur me conquistar tanto quanto "As Brumas de Avalon" tem que ser realmente MUITO BOM! Se o primeiro volume dessa incrível trilogia escrita por Bernard Cornwell já considerei excelente, pra sua continuação "O Inimigo de Deus" eu simplesmente não tenho adjetivos suficientes.

    A falta de tempo tem sido um grande vilão em minha vida nos últimos dias. Conseguir conciliar trabalho e estudos realmente não é pra qualquer um. Mesmo assim eu faço mágica, me esforço ao máximo pra ter tempo pra leitura. É algo quase que sagrado, tanto quanto comer ou tomar banho (sem exageros). Foi em meio a essa loucura que eu chamo de vida que, numa de minhas "voltinhas" pela biblioteca eu não me aguentei e peguei "O Inimigo de Deus" pra ler. Bastavam 5 minutinhos livres e lá estava eu com o livro na mão. Até na aula eu li, mesmo com muito barulho em volta.

    Em 3 dias o devorei. Isso porque é um livro maravilhoso, envolvente do início ao fim. Mais uma vez somos guiados pelo mundo de Artur, Guinevere, Merlin e cia. por lorde Derfel Cadarn, que nesse segundo livro provou que merece o posto de personagem mais cativante de toda história. E dessa vez ele tem ainda mais destaque. Vemos sua conquista definitiva como o guerreiro mais importante da Dunmonia e talvez até de toda Britania. O vemos conquistando Cewyin, tendo filhas e sendo feliz. Também o vemos em momentos tristes, como a morte de uma de suas meninas.

    No primeiro livro vimos Artur tomando decisões erradas, como casar com Guinevere e acabar provocando uma guerra por esse motivo, e desta vez não foi diferente: Artur continua não sendo uma sumidade no quesito decisões, principalmente com relação em quem ele deve confiar. 

    Merlin aparece mais neste segundo volume e tem maior importância. E o seu jeito quase cômico que já aparecia no primeiro livro está mais acentuado. Ele é a maior figurassa de toda Britânia, com certeza. 
    Lancelot continua sendo um idiota (sim, IDIOTA), só que desta vez ele se superou e evoluiu de idiota pra "idiota traíra duas-caras", e continuou sendo o mesmo covarde de sempre. 
    Guinevere também se torna "traíra". Pra quem já conhece mais ou menos algumas história de Artur já deve imaginar do que eu estou falando... Eu nunca gostei dela e agora gosto menos ainda!
    Mordred continua sendo o futuro rei, mas aos poucos vai se mostrando não muito apto ao cargo e isso gera alguns conflitos e dúvidas. 
    Nimuê, como já havia dito no post sobre o primeiro livro, é quem faz as vezes da Morgana como a principal feiticeira da Dunmonia e a queridinha de Merlin.

    Por falar em Morgana... Esse é o único aspecto que eu desgosto da versão de Bernard Cornwell. Não consigo imaginá-la como é descrita no livro. A maravilhosa Morgana Le Fay de "As Brumas de Avalon" ainda continua bem gravada em minha memória. E achei até meio absurdo o fato de que nesta história ela acaba se casando com um bispo e se tornando cristã. Morgana sempre foi conhecida como um dos maiores símbolos pagãos da época. Mas bom, titio Cornwell deve saber o que fala.

    Algumas histórias paralelas são narradas, como por exemplo o maravilhoso relato do amor (e morte...) de Tristan (ou Tristão) e Isolda. Belíssimo e triste. Quanto à história propriamente dita pudemos ver finalmente um período de paz na Britânia. Infelizmente isso não durou muito, mas mais uma vez Artur soube conduzir a situação e salvar a Dunmonia novamente. Também faz parte do enredo principal a busca aos tesouros da Britânia, que se tornou a maior obsessão para o druida Merlin.

    E é claro, como o nome do livro já diz, o centro da trama é o constante conflito entre cristãos e pagãos. O inimigo de Deus seria o próprio Artur, que ganhou esse apelido "carinhoso" dos cristãos mais fervorosos da Britânia. Isso porque, apesar de não se declarar pagão, ele também não fazia questão de disfarçar não simpatizar com o cristianismo. Vemos os estragos que o fanatismo religioso pode causar em uma nação, o que aliás vemos até os dias de hoje...

    "O Inimigo de Deus" é uma obra excelente que entrou em minha lista de livros preferidos. Já estou com o terceiro e último volume da saga em mãos: "Excalibur". Só não sei quando conseguirei ler por causa da maldita falta de tempo. Já me sinto triste por estar tão próxima a hora de me despedir de Derfel...

    Até o próximo livro e obrigada a todos que comentam e visitam o blog :)


1 comentários:

Alex Zigar disse...

Li a lenda de Artur e seus cavaleiros há muito tempo. O livro era de uma edição juvenil e já devorado pelo tempo. Gostaria de conhecer a obra original, apesar de ter notado o espírito fantasioso dessas histórias, e que mais tarde seria satirizado genialmente por Cervantes. Em relação à obra citada, é uma boa para quem gosta de aventuras. E parabéns pelo amor que você tem pela leitura, é impressionante e raro.

Abraços.

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