- Editora: Sextante
- Autor: JOE HILL
- Ano: 2007
- Número de páginas: 317
"Vou 'vender' o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto..."
Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um.
Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora.
O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente - verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar. O morto é Craddock McDermott, o padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude.
Numa corrida desesperada para salvar sua vida, Jude faz as malas e cai na estrada com sua jovem namorada gótica. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída para o futuro. As verdadeiras motivações de vivos e mortos vão se revelando pouco a pouco em A estrada da noite - e nada é exatamente o que parece.
Ancorando o sobrenatural na realidade psicológica de personagens complexos e verossímeis, Joe Hill consegue um feito raro: em seu romance de estréia, já é considerado um novo mestre do suspense e do terror.
Nunca ouviu falar em Joe Hill? Não faz menor ideia de quem ele seja? Bom, eu vou dar uma ajudinha. Joe Hill é apelido para Joseph Hillstrom King. King. Ele é simplesmente filho do conhecido mestre do terror, Stephen King, ou seja, por mais que seja burrice comparar ambos e exigir do mais novo o mesmo talento, é mais do que claro que ele carrega uma enorme responsabilidade, de ser tão bom quanto o pai. Confesso que nunca li nenhuma obra do mestre King, apesar de alguns livros dele já estarem em minha lista dos próximos pra ler. Mas tenho uma noção de suas histórias devido à alguns filmes baseados em seus livros que assisti. Pelo visto, ele é muito bom. Faz o que eu mais adoro: terror psicológico. Claro que só poderei dar minha opinião concreta depois que ler alguma de suas obras. Mas pelo pouco que sei, digo que Joe Hill pode ser até bom, mas não chega aos pés do seu pai.
Em primeiro lugar, ultimamente eu venho me decepcionando com livros de terror
"A Estrada da Noite", seu romance de estreia, é muito bem escrito, possui um ritmo excelente. Não há enrolação, tudo acontece rapidamente fazendo com que o leitor não tenha tempo de sentir tédio.
Os personagens são carismáticos à sua maneira: Jude Coyne é o típico roqueiro cuja carreira esfriou devido ao final de sua banda. Continua com a pose de bad boy, mas parece bem menos apavorante do que em seu auge. Sua namorada, MaryBeth Kimball, a quem ele chama de Géorgia (pois ele chama todas as suas namoradas não pelo nome, mas pelo Estado em que nasceram), apesar de ser uma gótica ex-dançarina de boate, me aspirou simpatia. Gostei dela.
Há também aqueles personagens que não necessariamente aparecem, mas são lembrados a todo instante, como por exemplo Anna, ou Flórida, ex-namorada de Jude que supostamente se matou por ter levado um pé na bunda dele e enteada do morto que passa a assombrá-lo. Sim, eu disse "supostamente se matou", e pra lá do meio do livro você descobre por que. Também gostei dela apesar de às vezes a achar meio irritante com sua mania de fazer perguntas.
Na minha opinião, a medalha de prata pra melhor personagem do livro é pro morto, Craddock McDermott. Não sei porque, mas eu tinha vontade de rir cada vez que o imaginava aparecendo com seu enorme chapéu e o terno preto do tipo que Johnny Cash usava.
Aliás, falando em Johnny Cash, um dos pontos que mais gostei do livro é o fato de várias lendas do rock ou de culturas "sombrias" terem sido citados. Ac/Dc, Led Zeppelin, Alastair Crowley, o serial killer John Wayne Gacy
A medalha de ouro pra melhor personagem vai pros cachorros de Jude: Angus e Bon. Em primeiro lugar, porque eles são cachorros e eu amo animais. Em segundo, porque ambos têm grande importância na história e talvez sem eles Jude e Géorgia teriam morrido.
A história já está bem contada na sinopse logo acima, então acredito que não haja necessidade de eu repetir . Eu particularmente achei o enredo um pouco "mirim" (como diz meu namorado). Não é nada muuuito fabuloso, mas também não é ruim. Dou nota 7 pro "King filho". E continuo loucamente minha busca por livros que me façam sentir medo de verdade. Se alguém tiver uma sugestão, por favor, dê!
Até o próximo livro :)
E obrigada a todos que mesmo não comentando têm elogiado bastante o blog!