terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Rei do Inverno - As Crônicas de Artur Vol. 1 - Bernard Cornwell


  • Autor: BERNARD CORNWELL
  • Editora: RECORD
  • Ano:1995 
  • Número de páginas: 544

    Sinopse: Primeiro volume da trilogia que conta a mais fiel história de Rei Artur. A partir de fatos, este romance genial retrata o maior de todos os heróis como um poderoso guerreiro britânico, que luta contra os saxões para manter unida a Britânia, no século V, após a saída dos romanos.


Quem nunca ouviu falar de Rei Arthur, os cavaleiros da Távola Redonda, Merlin ou Lancelot? Personagens que já deram margens a várias histórias. Uma lenda jamais comprovada.
Há alguns anos atrás eu peguei "O Rei do Inverno", o primeiro volume da trilogia sobre Artur, escrita por Bernard Cornwell, pra ler. Na época fazia pouco tempo que eu tinha lido um livro sobre o mesmo assunto, a famosa quadrilogia "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, que figura entre meus livros prediletos, com certeza. Talvez e provavelmente por este motivo, eu não consegui sequer passar do primeiro capítulo. Não que o livro fosse ruim, longe disso, eu apenas não estava preparada pra ler uma história tão diferente, falando do mesmo assunto. 

Há alguns dias, dando uma voltinha pela biblioteca municipal encontrei "O Rei do Inverno", já bem mais gasto do que da primeira vez que o tinha pego. Fico inconformada em ver como as pessoas não tem menor cuidado com os livros. Enfim... apesar de ter vários livros que acabei de comprar em casa me esperando, resolvi fazer mais uma tentativa de aceitar outra versão pra história de Artur. O bibliotecário até comentou: "Você já pegou este aqui antes".

Iniciei novamente minha viagem de 544 páginas, mas dessa vez, cheguei até o fim. E apesar das inúmeras diferenças entre "As Brumas de Avalon" e "O Rei do Inverno", Bernard Cornwell sem dúvidas conseguiu me convencer e colocar seu livro na minha lista de "Todos deveriam ler...".

Em primeiro lugar, eu não posso deixar de comparar as duas histórias. A feiticeira Morgana, irmã de Artur e predileta de Merlin, que em "As Brumas de Avalon" é sem dúvida uma das principais, em "O Rei do Inverno" não passa de uma figurante. As definições também são completamente diferentes. No primeiro, ela é uma mulher forte, poderosa, digna, que apesar de não ser necessariamente bela, tem traços marcantes e que chamam atenção. No segundo, ela é feia, deformada por um incêndio cobre o rosto com uma máscara e só consegue dar medo nas pessoas. E em "O Rei do Inverno" ela tampouco é a predileta de Merlin. Esta, no caso, seria Nimuê. 

Artur também é diferente. O que podemos ver no livro de B. Cornwell é que ele é sim um homem bom, digno, que passa confiança. Porém possui uma fraqueza que tal qual Paris, de Homero, levou duas nações à guerra: uma mulher. Paris fraquejou pela bela Helena, e devido a isso causou a famosa Guerra de Tróia, narrada no livro "A Ilíada". Artur foi pela bela ruiva Guinevere, e esse sem dúvida foi seu grande erro.

Lancelot desse livro também é totalmente diferente daquele que estamos acostumados. Não é aquele guerreiro corajoso, destemido, tão maravilhoso como é normalmente narrado. Ele é um grosso, que adora arrumar briguinhas, se acha superior mas sempre que pode foge de uma batalha. 

A história é narrada por Derfel Cadarn, ou melhor, Lorde Derfel Cadarn, um dos melhores guerreiros de Artur. Ele conta desde o nascimento do futuro Grande Rei da Bretanhã, que pasmem, não é Artur, e sim Mordred, até o final da batalha entre os homens da Dunmonia, comandados por Artur, contra o rei de Powys, Gorfyddyd e outros aliados. 

Derfel conta a história de seu ponto de vista, dando também ênfase à sua própria história de vida, como seu amor por Nimuê e posteriormente sua paixão por Ceinwyn, princesa de Powys. 

Não vou sair contando toda história por aqui, quem quiser saber terá que ler o livro haha. Mas com certeza, recomendo 100%, é um livro bem escrito, com um excelente ritmo, pra quem é acostumado a ler com certeza é uma leitura fácil. Apesar de seu tamanho (544 páginas) é o tipo de livro que você devora. 

Algumas coisas é claro, nunca mudam. Merlin também é poderoso, Artur também possui a famosa Excalibur, dada pelo próprio Merlin. 
"As Brumas de Avalon" é e sempre continuará sendo um dos meus favoritos. Continuarei sendo fã de carteirinha de Morgana, mesmo em "O Rei do Inverno" ela não ser digamos que muito cativante. Mas o livro de Bernard Cornwell merece tanto destaque quanto. E no meu próximo passeio à biblioteca pretendo com certeza pegar os dois outros volumes da trilogia: "Inimigo de Deus" e "Excalibur".

Até a próxima ;)
 

3 comentários:

Nádia disse...

As histórias de Arthur com certeza povoam a imaginação de quase todo o mundo. Talvez por nunca se ter provada a sua veracidade é que essa história encante tanto.
É muito interessante tomar atitudes como a que você tomou, observar um mesmo assunto através de diferentes prismas, afinalse todos fizessem isso (e não me refiro apenas aos livros), tavlez não tivessemos tantos extremismos hoje em dia.
Mas voltando ao mundo literário...
Também li As Brumas de Avalon, e sinceramente, é a história mais cativante acerca de Athur, Morgana, Guinevere, Lancelot e os cavaleiros da Távola redonda; mas cmo sou sua fiel seguidora de conselhos literários, provavlemnte logo me aventurarei com "O Rei do inverno".

Paula Montanari disse...

Bernard Cornwell tem todos seus créditos comigo por ser historiador. Claro que na trilogia de Artur ele usou sua imaginação para dar uma outra visão sobre a lenda dos Cavaleiros da Távola Redonda, o que desde o começo eu acho muito interessante. Nada para mim substitui Brumas d eAvalon, claro, porque sou grande fã da morgana da Marion Zimmer, mas com certeza O Rei do Inverno está na minha lista dos próximos livros que vou ler.

Parabéns pelo blog...ficou muito bom!!

Bruna disse...

Muito bom encontrar outros fãs de As Brumas de Avalon!!! é um dos meus prediletos também! Mas Cornwell é maravilhoso também! Vale a pena ler!

Postar um comentário