terça-feira, 13 de setembro de 2011

Coração Ferido - Chelsea Cain

 
Editora: Suma de Letras
Autor: Chelsea Cain
Ano: 2007
Número de páginas: 328

Por algum motivo altamente incompreensível, eu, Marina, possuo uma obsessão que beira à bizarrice por serial killers. Obviamente que minha estranha obsessão não passa de livros, revistas, reportagens, filmes, relatos reais e algumas imagens macabras (e o sonho de fazer pós-graduação em Criminologia). Enfim... Chelsea Cain, em seu primeiro livro de uma série que era pra ser trilogia e agora sei lá quantos serão, "Coração Ferido", me apresentou um cara que tem essa mesma obsessão, Archie Sheridan. A "sutilíssima" diferença, é que enquanto eu apenas gosto de estudá-los, ele se apaixonou por uma serial killer .
Deixando de lado minhas peculiaridades, talvez não seria um imenso problema se apaixonar por algum assassino. Você deve estar se perguntando, provavelmente, se ele sabia quem era ela. Bom, conhecendo Archie, eu me senti normal (Obrigada Chelsea Cain!). Ele se apaixonou por alguém que tentou, da forma mais torturante imaginavelmente possível, mata-lo! 

 Archie era investigador de polícia de Portland, quando uma série de assassinatos cruéis começou a ocorrer. Ele então liderou uma força-tarefa que foi apelidada de “Beleza Mortal”. Durante todas as investigações, uma belíssima loira, que se dizia psicóloga, se voluntariou pra ajudar a polícia a entender melhor a cabeça de um assassino que não só matava, como também arrancava órgãos de dentro das vítimas (o preferido era o baço!). Archie – casado e com filhos – se aproximou tanto da tal psicóloga, que começou a ter pensamentos infiéis. Tudo seria lindo, uma bela história de amor, se a tal psicóloga não fosse, na realidade, a psicopata que ele estava procurando. Quem entende um pouco de serial killers como eu, sabe o quanto os assassinos mais narcisistas adoram se infiltrar na investigação e ver a adorável confusão na cabeça dos investigadores. E Gretchen Lowell, a “Beleza Mortal”, era uma baita narcisista maluca. Antes de Archie sonhar que sua louríssima era uma fria assassina, ela o sequestou e durante dez dias o torturou, mudando sua vida pra sempre. Archie foi obrigado, durante os dez dias, tomar diabo verde (desentupidor de ralo minha gente, corrosivo, ácido, pensa bem...), ganhou diversas “marquinhas” de coração no seu peito, teve seu seu baço arrancado e... teve sua vida salva pela Gretchen! Sim, ela salvou a vida de Archie, e foi isso, principalmente isso, que passou a atormentá-lo todos os dias após ele conseguir escapar dela. Gretchen foi presa, e Archie passou a visita-la toda a semana, usando como desculpa o fato de que a faria confessar outros assassinatos, mas na realidade, tudo que ele queria era vê-la. Seu casamento, destruído. Seu psicológico, destruído. Archie se tornou um viciado em remédios e nunca foi capaz de esquecer o que aconteceu durante os dez dias em que esteve nas mãos da Beleza Mortal. Quando um novo assassino surge em Portland, é com a “ajuda” de Gretchen, e de uma repórter, Susan Ward, que passa a seguir Archie pra cima e pra baixo, que ele tentará solucionar o crime e ao mesmo tempo manter sua cabeça no lugar.  Mas como todo jogo que Gretchen faz é perigoso, Archie ficará cada vez mais obcecado e cada vez mais perturbado pela mulher que ele ao mesmo tempo odeia e ama intensamente.

Chelsea Cain criou uma história cuja obsessão perturba. Narra os assassinatos, as cenas do crime, de forma tão descritiva, que aqueles que não possuem um estomago tolerante irão provavelmente sentir um leve desconforto. A personalidade de Archie, sua obsessão, a derrocada de sua vida e todos seus aspectos, são muito bem trabalhados, nos fazendo sentir o que ele sente. Gretchen é a verdadeira psicopata. Daquelas cuja frieza impressiona. Aquela que ao mesmo tempo que te conta que arrancou o baço de um cara, sorri de forma simpática. Ela é linda, é poderosa, e é maluca! Ela é manipuladora, e conhece Archie como ninguém. E há Susan, a simpática e meio piradinha repórter que se torna obsessiva por Archie, mas claro, de forma inocente e que se torna uma boa amiga, tentando (em vão, sem dúvida) fazê-lo superar o ocorrido. Temos também os colegas de investigação de Archie, que assim como todos em sua vida, querem ajudá-lo a esquecer Gretchen. 

Algo me diz que Chelsea Cain não é uma pessoa normal. Pra começar, nas orelhas do livro, ela já diz que sempre gostou de coisas mórbidas. Unindo isso e as bizarrices que ela narra no livro, me identifiquei um pouco com a autora (comentário infeliz do post).

O livro é de leitura muito fácil. Li em uma tarde. A narrativa é ágil, os capítulos são curtos e a autora consegue prender nossa atenção do início ao fim. Seria um livro 5 estrelas se eu não fosse tão exigente. Nem preciso explicar que comprei o livro justamente por falar de uma serial killer. Achei a premissa bem interessante e original. Chelsea não me decepcionou na caracterização de uma psicopata. Mas ainda assim, faltou alguma coisa. Talvez porque eu esteja acostumada a ler dramas intensos, clássicos, não sei.  "Coração Ferido" é bom, sim, sem dúvida, mas está longe de ser uma obra prima. A forma de escrever da autora é simples demais, e acho que com o enredo que ela tinha em mãos, poderia ter feito algo ainda mais intenso e perturbador. Talvez seja eu o problema. Talvez eu seja chata demais, exigente demais. Talvez eu esteja acostumada demais com histórias de psicopatas (reais, inclusive) e que por isso nada mais me impressione. 
Outro fato que me incomodou foi o fato de utilizarem, por exemplo, "tá", no lugar de "está". Achei que isso deu um ar muito amador ao livro, pois não cabia na situação socio-cultural dos personagens. Mas nesse caso, acho que o problema foi da tradução, e não da autora.

Li esse livro em Fevereiro desse ano, e desde então já li os outros dois livros da série, que irei resenhar em breve.

Se você deseja boas horas de entretenimento e uma história com personagens interessantes, leia Coração Ferido sem medo. Se você tiver algum problema com cenas de órgãos sendo arrancados, ou algo do tipo, se prepare psicologicamente antes, e de prefência, não leia enquanto come!!

Nota: * * * (Bom!)

Outros livros da série:
Coração Apaixonado (2008)
Coração Maligno (2009)
 
The Night Season (2011) - ainda não lançado no Brasil

4 comentários:

Anônimo disse...

Adorei isso aqui!! Estou seguindo ! Se puder dá uma força e segue meu blog se curtir
bjs

Paula Montanari disse...

A gente esquece que às vezes livros são só enterteinimento. E esse me lembrou a série Silencio dos Inocentes quando Hannibal Lecter ajuda a Agente Starling na investigação de alguns serial killers e também o seriado de TV Dexter, pormotivos que não falarei para não soltar nenhum spoiler hehe. Claro que é dificil comparar qualquer coisa com os dois exemplos, pois ambos são fantásticos e exploram o psicologico e a frieza dos serial killers de maneira tão flagrante e tão intrisseca que acabams endo únicos...

Adorie a resenha!

Eliane disse...

Eu tb sou fascinada por livros policiais, séries policiais, filmes de suspense etc. Então, adorei sua resenha. Já tenho esse livro na minha lista de futuras leituras, e agora já sei o que esperar do livro. Só falta adquiri-lo!

Beijo

Eliane (Leituras de Eliane)

Nádia Godoy disse...

Serial killers, são no mínimo inspiradores, e no meu caso apaixonantes.
Se apaixonar por um serial killer seria o mesmo que tentar perfurar ondas na praia, delicioso, intenso e perigoso.
Adoraria ler o livro num momento mais relax de minha vida, ele de ve ser bastante intenso e enervante (o que é bom).
É legal pensar que seriais killers estão se tornando comuns, não apenas em seriados de tv (que semrpe fazer sucesso) ou livros e filmes, mas na realidade.
Parece-me, que qnt mais neurótica fica a sociedae, mais mentalmente instáveis ficam as pessoas, e por tanto, mais interessantes.

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