Autor: J. R. R. Tolkien
Editora: WMF Martinsfontes
Páginas: 388c + mapas, organogramas e glossário.
( Antes de tudo - sim, eu sei que já tem uma resenha do Silmarillion aqui no Outra Xícara. Mas, acredito que nada como uma visão diferente sobre um mesmo assunto para podermos fazer uma análise crítica sobre ele... então.... fiz a resenha. =P )
Como
falar de uma obra-prima?
O
Silmarillion é a reunião de lendas escritas por Tolkien ao longo de toda sua
vida, e só foi publicado 4 anos após a morte de seu autor. Também é a obra mais
velha de Tolkien, que começou a escrevê-la em 1917, em rascunhos feitos à
lápis.
O
Silmarillion, na verdade são cinco livros reunidos que, na língua élfica, se
chamam:
AINULINDALË (A Música
dos Ainur), VALAQUENTA (Relato dos Valar), QUENTA SILMARILLION (a História das Silmarils), AKALLABÊTH (A
Queda de Númenor) e o quinto livro que está mais para um pós-fácio, DOS ANÉIS
DE PODER E DA TERCEIRA ERA.
Resumo do livro:
O
primeiro livro, AINULINDALË, fala sobre a divindade suprema (Eru Ilúvatar), e
sobre a criação do mundo.
Pois Eru,
ou Ilúvatar, criou os Ainur, seres-espírito para lhe fazer companhia. Tais Ainur,
tinham o dom da música, não como o canto, que é feio de palavras e se restringe
ao som. Era uma música de cores, sons, sentidos e vida.
Assim,
um dia, Ilúvatar, lhes deu um tema para cantarem e eles cantaram lindamente por
eras, e em continuidade Ilúvatar lhes deu mais dois temas, e eles cantaram
todos esses temas, cada Ainur com sua essência sendo aplicada no tema cantado.
Porém, um deles, chamado Melkor, começou a desenvolver pensamentos de egoísmo,
arrogância e prepotência, e começou a inserir na melodia seus pensamentos,
inserindo a maldade nos temas cantados.
Para
contrapô-lo, Manwë, que era o mias forte dos Ainur, se contrapôs a Melkor,
junto com outros Ainur.
Quando
terminaram a música, Ilúvatar lhe apresentou em visão a concretização da música
que criaram, e lhes deu a opção de ir lá viver. E alguns dos Ainur escolherem
entrar nesse mundo, e para lá foram, muitos inclusive Manwë e Melkor.
À criação
dos Ainur, foi dado o nome de Arda, e os Ainur que para lá se dirigiram, foram
chamados Valar, e junto aos Valar vieram outros que são da mesma essência,
porém inferiores, e esses foram chamados Maiar. E assim, começou o mundo.
O
segundo livro, VALAQUENTA, fala sobre a primeira Era de Arda, que foi sua
criação e construção, e sobre ela trabalharam muitos dos Valar, como Manwë,
Ulmo, Yvanna, e tantos outros, sendo que cada um ficou responsável sobre uma
parte de Arda (uns sobre a água dos rios outro sobre as do Mar, outros sobre a
terra, outro sobre as plantas e animais, outro sobre os ventos, etc).
Melkor
porém teve inveja de tudo o que era criado por seus iguais, e o ódio nascia e
crescia em seu coração, e ele almejava ter para si tudo o que foi criado, e
aquilo que não conseguisse ter, ele decidiu destruir.
Assim,
o segundo livro fala sobre a luta entre os Valar de pensamento puro, liderados
por Manwë contra Melkor.
E desde
o início, o mundo começou com maldade.
O
terceiro livro QUENTA SILMARILLION fala sobre a estruturação da arda e a
criação das Terras do Oriente, ou as Terras de Cá, onde inicialmente Melkor se
escondeu, e existia apenas a escuridão. E sobre a criação de Valinor, ou as
terras do Ocidente, onde viviam os Valar, e a luz provinha da maior criação de
Yvanna, duas árvores que reluziam eternamente com a luz de Ilúvatar.
Foi
durante essa era que surgiram os primeiros dos Filhos de Ilúvatar, os que
ficaram conhecidos como Eldar, ou Elfos. E eles eram amados pelos Valar e
odiados por Melkor.
Esse
livro relata o surgimento de toda uma espécie e sua estruturação, e também
relata a criação e a sina das Silmarils, e da separação dos eldar em casas,
sendo a mais famosa delas e casa dos Noldor.
Durante
esse livro surgem também os anões, e os Edain, que são os Filhos mais Novos de
Ilúvatar, ou os Homens. E conta também sobre seus feitos, guerras, e histórias
impressionantes.
E
durante todo o tempo, as forças dos Valar, e de Melkor se chocam, numa briga
sem fim.
O
QUENTA SILMARILLION é o maior do livro e é onde se encontra praticamente toda a
história da primeira e segunda Era de Arda. E é onde refulgiram em esplendor e
declínio muitos reinos e raças. E é onde se relata a queda de Melkor e a
elevação de seu sucessor, Sauron.
O quarto
livro AKALLABÊTH fala sobre um povo especial da raça dos Homens, que em conseqüência
de suas escolhas, foram agraciados pelos Valar com vidas mais longas,
saudáveis, sábias e belas. Esse povo era o povo de Númenor, os
Númenorianos e eles viviam em uma ilha
criada especialmente para eles, entre as Terras do Oriente e do Ocidente.
Esse
livro relata o apogeu e o declínio desse povo e como esse povo foi responsável
por separar quase definitivamente o mundo de Valinor do resto de Arda
Após a
queda de Númenor, Arda sofreu uma enorme transformação em sua estrutura . e foi
esse o povo responsável por tornar Arda um lugar redondo, onde nunca se chega
ao fim do mundo e sempre se volta para o mesmo lugar, preso a uma mesma
realidade cheia de sofrimento. Assim, foi criada a Terra Média.
O
Quinto e último livro, é um resumo sobre o início da Terceira Era, em que todos
vivam na Terra Média; em que os eldar
eram poucos e a terra era povoada principalmente pelos edain, pelos anões, e por criaturas sinistras criadas
por Melkor e por Sauron. DOS ANÉIS DE PODER E DA TERCEIRA ERA, é
o livro que introduz a história que nos foi contada em O SENHOR DOS ANÉIS.
Fim do Resumo.
Silmarillion
é, se me permitirem a comparação, a Biblia do mundo criado por Tolkien. Nele
contém todos os relatos necessários que nos trazem à Terra Média como ela é
hoje. E é fundamental para se compreender totalmente aquilo que Tolkien
escreveu, pois os textos constantes em Silmarillion, são anda mais que as
criações que deram base para que Tolkien escrevesse O HOBBIT e O SENHOR DOS ANÉIS.
Quanto
à leitura do livro, serei sincera. Pode ser árdua. Silmarillion, é um livro para
ser saboreado, lido lentamente e sem desespero. Pois ele é detalhista e
complexo, e para se lê-lo corretamente, é necessário que se pare muitas vezes e
se analise os mapas e os fluxogramas que o acompanham. E se você quiser lê-lo com
toda a carga criativa que ele é capaz de proporcionar, vc deve, antes de tudo,
estudar atentamente as pronúncias da fala élfica, pois durante todo o livro, o
idioma é e será usado.
Àqueles
que pretendem se aventurar, digo duas coisas, “Tenham calma” e “Divirtam-se”,
pois é a maior viagem que se pode fazer a outro mundo.
E àqueles que não leram NADA do Tolkien, vcs tem duas escolhas: começar pelo começo e serem fortes para superar a leitura do Silmarillion, ou começar pelos outros livros e depois de tudo, voltar para o Silmarillion. Ambas as escolhas tem suas vantagens e suas perdas.
Silmarillion
é lindo. É intenso. E é para poucos.
Postado por Nádia
4 comentários:
Tolkien é para poucos. Parabéns ! Estou lendo o primeiro da trilogia, e nossa, é de perder o fôlego.
Um dos meus livros favoritos, pra não dizer O meu livro favorito!
Fiquei encantada qdo li, e sim, foi o primeiro livro que li de Tolkien, e apesar da leitura não ser fácil, não fiquei nem um pouco traumatizada ahuahaihuahiauhaiauhia!
A parte de Beren e Luthién é a coisa mais linda do mundo! (falo isso sempre, mas é verdade, sou encantada)
;*
Boa indicaçao, agora tenho gostado um pouco mais do genero fantasia, irei procura-lo...
entra no meu blog também? please...
http://www.insulisdilectio.blogspot.com/
Nunca li Tolkien, mas me interessa muito...vou criar coragem!!
Tá perfeita a resenha!
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