- Editora: Martins Fontes
- Autor: J.R.R. TOLKIEN
- Ano: 1954
- Número de páginas: 434
___________________________________________________________________"Algumas pessoas que leram o livro, ou que de qualquer forma fizeram uma crítica dele, acharam-no enfadonho, absurdo ou desprezível; e eu não tenho razões para reclamar, uma vez que tenho opiniões similares a respeito do trabalho dessas pessoas, ou dos tipos de obras que elas evidentemente preferem." - J.R.R. Tolkien
Curvo-me diante de Tolkien para contar brevemente a história de minha relação com o autor do "Senhor dos Anéis" até pouco tempo atrás. Quando o primeiro filme da trilogia que se tornaria um marco do cinema mundial estreiou, eu tinha 11 anos e estava no auge da minha adolescencia. Chata, impaciente, ranzinza e muito, muuuito rebelde. Junte isso, uma prima igualmente rebelde e um filme de mais de três horas e o resultado só poderia ser catastrófico: eu simplesmente não consegui assistir ao filme. Ao invés disso fiquei conversando, fazendo bagunça, jogando pipoca nas fileiras da frente (sim, eu fazia isso!) e entrando e saindo do cinema toda hora. Até hoje não consigo entender como não fomos expulsas. Graças a essa experiência, O Senhor dos Anéis se tornou um granda trauma na minha vida. Sequer podia ouvir falar no filme, livro ou qualquer coisa relacionada. Quando saía o filme em DVD e meus pais alugavam pra assistir, eu me recusava a ficar em casa, pois não queria nem ouvir. Uns dois anos depois, tentei ler o livro, e bom, não passei das 100 primeiras páginas. Motivo? Como toda boa adolescente birrenta, eu apenas não tive vontade de continuar lendo. Isso fez com que demorassem longos 9 anos desde meu primeiro contato com o mundo de Tolkien para que eu criasse coragem e lhe desse outra chance. Desde então assisti aos filmes, li O Silmarillion, O Hobbit e agora o primeiro volume do Senhor dos Anéis. Curvada diante de J.R.R. Tolkien, humildemente, só tenho uma coisa a dizer: "Me perdoe por ter sido uma menininha chata, tio Tolkien, você é O CARA!"
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel - J.R.R. Tolkien
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafon
- Editora: Objetiva
- Autor: CARLOS RUIZ ZAFON
- Ano: 2001
- Número de páginas: 399
“Nós existimos enquanto alguém se lembra de nós.” (pág.143)
Sabe aquele livro que te faz rir, chorar, sentir medo, raiva, ansiedade, tanta que você simplesmente não consegue parar de ler e que quando chega ao fim, fica aquele vazio, a típica "depressão pós livro"? Pois é, assim é o livro A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón, que mistura todos os elementos necessários pra transformar uma simples leitura numa viagem maravilhosamente inesquecível. Um livro onde justamente o amor a literatura (que acredito ser a principal característica das obras de Zafón) se torna o ponto de partida pra essa história apaixonante.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Laranja Mecânica - Anthony Burgess
- Editora: Aleph
- Autor: ANTHONY BURGESS
- Ano: 1962
- Número de páginas: 224
________________________________________________________________
Ambientado numa sociedade futurista onde a violência praticada por jovens possui proporções assustadoras, "Laranja Mecânica" é um dos grandes ícones literários da alienação pós-industrial. Juntamente com 1984, de George Orwell e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, se tornou um clássico. E na minha opinião, todos os três deveriam ser leitura mais que obrigatória.
# Desafio dos Sete
Oláá pra todos! Hoje venho aqui responder o "Desafio dos Sete" que a querida Eliane do blog Leituras de Eliane me indicou! Vamos lá então:
7 coisas que eu tenho que fazer antes de morrer:
1) Conhecer Londres.2) Ser mãe.
3) Fazer pós graduação em Criminologia.
4) Fazer faculdade de História (só porque gosto mesmo, não pra exercer)
5) Aprender no mínimo 4 línguas.
6) Ter uma biblioteca particular.
7) Publicar um livro.
7 coisas que eu mais digo:
1) Não é bem assim que funcionam as coisas. 2) Sério?
3) Affe.
4) Tenso.
5) Coloque-se no meu lugar.
6) Entendeu?
7) PUTA QUE PARIU! (haha!)
7 coisas que eu faço bem:
1) Dar conselhos.2) Escrever.
3) Ler.
4) Cozinhar. (meu strogonoff, modéstia a parte, é o melhor do mundo haha)
5) Lutar karatê o/ (provavelmente agora que estou parada não luto tão bem assim, mas já fui boazinha um dia haha)
6) Falar inglês.
7) Jogar vídeo game (sério, jogo bem pra caramba haha)
7 defeitos meus:
1) Estressada.
2) Tímida (ou anti-social, se preferirem haha)
3) Ansiosa.
4) Quieta demais quando preciso falar, e falante demais quando preciso ficar quieta.
5) Perfeccionista.
6) Insegura.
7) Preguiçosa.
7 coisas que eu amo:
1) Minha família
2) Meu namorado
3) Amigas (os)
4) Meus cachorros
5) Direito (sim, eu amo o curso que eu faço!)
6) Meus bebês (ou seja, meus livros)
7) Música (Rock 'n' Roll o/)
7 blogs para participarem do desafio:
Difícil :( Parece que quase todo mundo já respondeu :/
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
De volta a ativa em breve...
Minha nossa.
Eu realmente fiquei muito tempo sem postar por aqui. Pra todos os que acompanham e comentam no blog eu peço desculpas.
Vida de universitária que ainda por cima trabalha não é NADA fácil. Desde o último post não consegui ler um livro inteiro sequer. A falta de tempo realmente me pegou de jeito. Aliás, cheguei a conclusão de que se eu tenho um inimigo, este com certeza é o tempo.
Agora, depois de um período absurdamente estressante de provas, trabalhos, projetos e outras coisas frutos da vida universitária, estou praticamente de FÉRIAS (digo praticamente pois ainda tenho uma provinha básica pra fazer e mais um trabalho...).
Cada vez que abria meu armário e me deparava com os meus bebês lindos (meus livros...) eu sentia uma profunda depressão por não ter tempo de lê-los. Pretendo nas férias ler o máximo que puder, pois rumo ao terceiro ano da faculdade de Direito, eu sei que terei cada vez menos tempo.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
O Vendedor de Histórias - Jostein Gaarder
"Era fácil demais inventar coisas, era como patinar sobre gelo fino, como fazer elegantes piruetas sobre uma crosta quebradiça de gelo que cobre um lago com milhares de braças de profundidade. Havia sempre alguma coisa escura e fria acenando debaixo da superfície." - pág. 16
- Editora: Companhia das Letras
- Autor: JOSTEIN GAARDER
- Ano: 2004
- Número de páginas: 208
Sinopse: Inspirado nas suas idas ao circo em companhia do pai, o pequeno Petter inventa um conto de fadas: Panina Manina, filha do dono de um circo, desaparece num rio e é dada por morta, mas acaba resgatada por uma cigana. Anos mais tarde, a menina vira trapezista e vai trabalhar no circo do próprio pai, porém sem que ambos saibam ser pai e filha. Certo dia, Panina cai durante uma apresentação e é socorrida pelo dono do circo. Ao ver o colar de âmbar no pescoço da moça, ele percebe que a artista é sua filha desaparecida. O conto é mais uma das inúmeras fantasias que povoam a imaginação sem freios de Petter, um menino precoce que se torna um adulto solitário. Sua única companhia é o Homem-Metro, um personagem que saiu de seus sonhos para a realidade. Mesmo quando Petter encontra Maria, mulher por quem se apaixona, a relação não dura: termina após um estranho pacto. Para garantir sua subsistência, Petter torna-se o Aranha, uma espécie de ghost-writer que vende os frutos de sua imaginação para escritores sem idéias. Avesso à fama, ele parece ter encontrado a forma ideal para viver do seu talento. No entanto, uma série de conflitos com seus clientes e o retorno de fantasmas do passado colocam sua vida em perigo - e mostram que fantasia e realidade nem sempre correm paralelas. Assim como o trabalho da mente de seu protagonista, O Vendedor de Histórias é um vôo de imaginação. Jostein Gaarder convida mais uma vez a enxergar o mundo com um olhar extraordinário e a refletir sobre o poder da memória e da fantasia sobre o dia-a-dia do leitor e do homem comum.
Se eu tivesse que descrever o tipo de obra de Jostein Gaarder usando apenas uma palavra, seria REFLEXIVA! Ele consegue fazer com que, sem muito esforço, reflitamos sobre os mais variados aspectos de nossa vida, e tudo isso de uma forma encantadora. Seus livros não falam sobre assassinatos, conspirações ou seres sobrenaturais. São livros simples, mas com um conteúdo imensamente precioso.
"O Vendedor de Histórias" é narrado em primeira pessoa, e eu particularmente adoro isso! Adoro viajar na mente do narrador, saber o que ele sente e pensa. Petter, mais conhecido como 'Aranha', nos conta toda sua história de vida, mesclando realidade e fantasia. Somos conduzidos a vários contos paralelos, criados por ele, e achei todos muito interessantes. Petter possui uma imaginação sem tamanho e provavelmente um ego maior ainda. Em momento algum no livro ele escondeu o quão BOM se achava, o que era um pouco irritante.
Me identifiquei com Petter, e provavelmente esse foi um dos motivos que adorei o livro. Não que eu me ache tanto quanto ele se achava, muito pelo contrário, minha auto-estima não é lá aquelas coisas. Mas quando ele conta sobre sua infância, o gosto de inventar histórias e o fato de passar mais tempo vivendo trancado dentro de sua própria imaginação do que no mundo real, isso sim fez eu lembrar muito meu tempo de criança. Assim como ele, muitas vezes eu me confundia sobre o que era 'realidade lembrada' e 'fantasia lembrada'.
Confesso que durante toda a leitura o livro dividiu minha opinião. Às vezes o achava um dos melhores que já li, já em outras não o achava tão bom assim. Petter era um pouco repetitivo, o que em algums momentos tornava a leitura meio cansativa, mas na maior parte do livro era realmente incrível passear pela mente hiperativa do 'Aranha'. Tirando um ou outro mau momento, o livro possui uma narrativa rápida e é facilmente devorável.
O final é realmente ótimo, mas não me surpreendeu. Já imaginava qual seria o desfecho, e isso tirou um pouco a graça. Independente de qualquer coisa, é um livro excelente. Nos faz pensar muito! Diferente de "O Dia do Curinga" e "O Mundo de Sofia", "O Vendedor de Histórias" não é exatamente um livro filosófico. Ele possui uma história mais simples, porém, como todos os livros de Gaarder, é reflexivo.
Mais uma vez peço desculpas pelo post meio "corrido", mas continuo lutando contra o tempo.
E isso aí, até a próxima :)
"Em pouco tempo eu já tinha um caderno cheio de boas sugestões para programas, mas a ideia de que seria possível estabelecer novos recordes de audiência produzindo uma série com centenas de horas sobre uma turma de garotas dando risadinhas idiotas o tempo todo e jovens mãos-bobas superava as minhas fantasias mais delirantes. Também é improvável que César ou Napoleão tivessem imaginação suficiente para máquinas, armas atômicas e bombas de ogivas. Há certas ideias que talvez seja mais sensato deixar para o futuro. Não existe mérito em usar todas as ideias brilhantes de uma só vez." - pág 46
terça-feira, 5 de outubro de 2010
O Hobbit - J.R.R Tolkien
- Editora: WMF
- Autor: J.R.R. TOLKIEN
- Ano: 1937
- Número de páginas: 298
A estória narra o longo e perigoso trajeto de um hobbit chamado Bilbo Bolseiro (tio de Frodo, um dos principais protagonista do clássico O Senhor dos Anéis). A viagem é repleta de aventuras das quais ele desgota até a Montanha Solitária em busca do tesouro roubado pelo dragão Smaug anos atrás. Tudo começa num dia inesperado em que Bilbo recebe a visita de Gandalf com 13 anões, entre eles Thorin Escudo-de-Carvalho - cuja família teve roubado o tesouro. Alguns dos feitos narrados em O Hobbit influirão nos acontecimentos posteriores de O Senhor dos Anéis).
Desde que li "O Silmarillion", e ainda mais agora que li "O Hobbit", fico me perguntando por qual motivo demorei tanto tempo para me render ao mundo de Tolkien. Que os livros dele são extremamente detalhados - isso é um fato. Que muitas vezes possuem uma leitura cansativa - também confere. Mas independente disso, Tolkien nos faz viajar por um novo mundo, repleto de criaturas simpáticas como os hobbits e os anões, e outras nada carismáticas como os orcs e os trolls. Um mundo onde a partir do momento que você entra, não quer mais sair.
John Ronald Reuel Tolkien 1892-1973 |
Como dito na sinopse, o livro narra a viagem de Bilbo Bolseiro, um hobbit, junto com 13 anões (Dwalin, Balin, Kili, Fili, Dori, Nori, Ori, Oin, Gloin, Bifur, Bofur, Bombur e Thorin Escudo-de-Carvalho) , em busca de um tesouro roubado pelo dragão Smaug. Nessa viagem eles se encontram com elfos, travam brigas com orcs e trolls, ganham algumas inimizades e amizades. Mas sem dúvida um dos fatos mais importantes do livro é quando Bilbo encontra o Um Anel e conhece a criatura Gollum (o Sméagol). Na minha opinião aliás esse é o melhor capítulo do livro.Durante toda a história ele é obrigado a utilizar o anel para salvar a si e seus amigos das mais complicadas situações.
Apesar de, sendo um livro de Tolkien, ser obviamente recheado de detalhes e descrições, "O Hobbit" é milhões de vezes mais fácil de ler do que "O Silmarillion". A história é mais simples e possuem poucos personagens (diferente de "O Silmarillion", onde você até se perde com tantos nomes). A leitura é fácil, porém pra alguns pode ser um pouco cansativa.
"O Hobbit" é um livro pra todas as idades. Pode ser apreciado por um adulto assim como por uma criança. A forma como Tolkien narra é excelente. Em certos momentos ele fala diretamente com o leitor, o que torna a leitura muito mais agradável.
Conheço muitas pessoas que não gostam muito dos livros de Tolkien, mas todos têm que pelo menos admitir que ele é um mestre. Ele me conquistou definitivamente. Já não vejo a hora de ler a famosa trilogia de "O Senhor dos Anéis"
Conheço muitas pessoas que não gostam muito dos livros de Tolkien, mas todos têm que pelo menos admitir que ele é um mestre. Ele me conquistou definitivamente. Já não vejo a hora de ler a famosa trilogia de "O Senhor dos Anéis"
É isso ai, desculpem se o post parece meio "corrido" mas estou, pra variar, com falta de tempo. :)
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
# Desafio: Ler livros que eu tanto critico...
Well, well, well...
Venho expecionalmente interromper a sequência de resenhas literárias para comunicar meu mais novo desafio pessoal: ler livros que eu adoro criticar!
Quem me conhece, ainda que um pouco, está cansado de saber o quão eu gosto de criticar livros como "Crepúsculo", e cia. Mas como eu prefiro ser uma pessoa imparcial, e defendo a ideia de que só existe boa opinião se houver bons argumentos, então acho injusto falar tão mal de algo sem realmente conhecer.
Depois de ouvir mais de uma vez: "Marina, você nunca leu tal livro, como pode saber que é ruim?", eu decidi me render aos "best-sellers queridinhos de todos", pra assim poder dar minha opinião com mais propriedade.
E claro que não poderia ser diferente, decidi começar o desafio com "Crepúsculo", de Stephenie Meyer. Se eu vou chegar a ler os outros da saga, ai já é outra história...
E fiz duas promessas à uma amiga minha fã da saga:
1 - ler SEM preconceito!
2 - se eu gostar, terei que dar o braço a torcer.
Como adoro conhecer de tudo, ainda que seja pra criticar depois, acredito que esse desafio será interessante!
Porém, provavelmente demorarei um pouco pra concluir essa primeira etapa, pois não deixarei de ler os livros que realmente me interessam e só "de vez em quando" pegarei outros pra ler.
É isso ai por enquanto, até a próxima :)
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
O Silmarillion - J.R.R Tolkien
- Editora: WMF
- Autor: J.R.R. TOLKIEN
- Ano: 1977
- Número de páginas: 480
Sinopse: O Silmarillion, relata acontecimentos de uma época muito anterior ao final da Terceira Era, quando ocorreram os grandes eventos narrados em O Senhor dos Anéis. São lendas derivadas de um passado remoto, ligadas às Silmarils, três gemas perfeitas criadas por Fëanor, o mais talentoso dos elfos. Tolkien trabalhou nesses textos ao longo de toda a sua vida, tornando-os veículo e registro de suas reflexões mais profundas.
Desde que J.R.R Tolkien se tornou absurdamente conhecido graças aos filmes baseados na sua obra "O Senhor dos Anéis", boa parte do mundo leu seus livros. Até pouco tempo atrás eu, vergonhosamente, nunca havia lido. Demorei anos e anos pra me render aos encantos do maravilhoso e mágico mundo de Tolkien. E logo para iniciar minha viagem pelo seu mundo, escolhi o que grande parte das pessoas chama de 'o seu livro mais complicado e difícil de ler', "O Silmarillion". Motivo de minha escolha foi simples: vamos ler a história pelo começo, certo?
O Silmarillion é como uma introdução pra todas as outras obras de Tolkien. É quase que um manual pra você entender todo o mundo que ele criou. E sim, foi definitivamente um mundo, uma lenda, um folclore. Tolkien não se limitou apenas à escrever um livro. Ele revolucionou o mundo da fantasia nos presenteando com obras tão ricas de detalhes que às vezes é até possível acreditar que tudo que é narrado no livro realmente existe.
O livro começa narrando como tudo surgiu. Ilúvatar, que seria como um Deus supremo é nosso ponto de partida pra essa viagem fantástica. Eru Ilúvatar criou os Valar, ou também chamados Ainur, que eram espíritos. Harmoniosamente todos os Valar cantavam juntos, porém um deles, Melkor provocou uma dissonância, pois ele queria fazer uma música própria. Daí pra frente Melkor se destacou como o grande vilão, também chamado de Morgoth (Sauron, o vilão de 'O Senhor dos Anéis' era o mais fiel seguidor de Morgoth).
Somos apresentados aos elfos, aos homens, aos anões, orcs, trolls e a todas as criaturas do mundo de Tolkien. Boa parte do livro é de guerras. Muitas histórias são narradas, e a que mais gostei foi a 'de Beren e Luthién', capítulo 19 do livro, que narra o amor dos dois. E olha que eu não sou nem um pouco chegada em histórias de amor, porém essa realmente me encantou. E ao final, é claro, é explicado como surgiram os Anéis do Poder.
Confesso que não é dos mais fáceis de ler. São muitos nomes, muitos lugares que, se não fosse pelo glossário no final, dificilmente seria possível entender alguma coisa. Independente disso, O Silmarillion é definitivamente uma obra única, encantadora e poética.
Agora estou lendo "O Hobbit" e estou adorando. Em breve comentários sobre ele aqui também.
Até a próxima ;)
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
O Dia do Curinga - Jostein Gaarder
- Editora: Companhia das Letras
- Autor: JOSTEIN GAARDER
- Ano: 1996
- Número de páginas: 384
Sinose: "Você já pensou que num baralho existem muitas cartas de copas e de ouros, outras tantas de espadas e de paus, mas que existe apenas um curinga?", pergunta à sua mãe certa vez a jovem protagonista de O mundo de Sofia.
Esse é o ponto de partida deste outro livro de Jostein Gaarder, a história de um garoto chamado Hans-Thomas e seu pai, que cruzam a Europa, da Noruega à Grécia, à procura da mulher que os deixou oito anos antes. No meio da viagem, um livro misterioso desencadeia uma narrativa paralela, em que mitos gregos, maldições de família, náufragos e cartas de baralho que ganham vida transformam a viagem de Hans-Thomas numa autêntica iniciação à busca do conhecimento - ou à filosofia.
O Dia do Curinga é a história de muitas viagens fantásticas que se entrelaçam numa viagem única e ainda mais fantástica - e que só pode ser feita por um grande aventureiro: o leitor.
Título Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ 1996, categoria tradução/jovem
Existem livros que são particularmente cativantes, do tipo que você nunca vai esquecer. Do famoso autor de "O Mundo de Sofia", Jostein Gaarder, o livro "O Dia do Curinga" é daqueles que você definitivamente se apaixona. Aquele que você põe na sua mesinha de cabeceira e diz: 'esse é especial!'.
Somos transportados por uma incrível viagem juntamente com pai e filho. Uma viagem recheada de momentos de reflexão, de lugares diferentes e de muitas curiosidades. Ambos estavam indo à Grécia em busca de Anita, mãe de Hans-Thomas, que havia os deixado 8 anos atrás para "se encontrar" e que estava trabalhando como modelo na capital grega. Uma história simples, aparentemente. E é sim, muito simples, mas ao mesmo tempo tão deliciosamente complexa que consegue nos prender tal qual um super suspense cheio de reviravoltas faria.
Em meio a viagem de Hans-Thomas e pai somos transportados pra um outro mundo, graças a um livrinho minúsculo que o garoto ganhou de um padeiro em Dorf. Nesse livrinho, que pra ler ele necessitava de uma lupa que ganhou de um misterioso anão num posto de gasolina, Hans-Thomas descobre uma história que foi passada por gerações pra jamais cair no esquecimento.
Nessa histórinha conhecemos cartas de baralhos que se tornam anões, bébidas púrpuras que contém diversos gostos e sensações e um Curinga inconformado em não ter explicações sobre sua existência. Aos poucos, Hans-Thomas começa a perceber certa ligação entre o que é narrado no livrinho e sua própria vida.
Juntamente com seu pai ele passa toda a viagem questionando o mundo, a vida, as pessoas e as crenças. E é justamente por questionar tudo, que ambos se consideram 'Curingas'. O Curinga é aquele diferente, aquele que não se conforma com tudo que lhe é dito, aquele que vive em busca de aut-conhecimento.
("Um curinga é um pequeno bobo da corte; uma figura diferente de todas as outras. Não é nem de paus, nem de ouros, nem de copas e nem de espadas. Não é oito, nem nove, nem rei, nem valete. É um caso à parte; uma carta sem relação com as outras. Ele está no mesmo monte das outras cartas, mas aquele não é seu lugar. Por isso pode ser separado do monte sem que ninguém sinta falta dele." - pág 76)
"O Dia do Curinga" nos faz refletir sobre nossa própria existência. Nos faz parar pra pensar no valor de nossas vidas, no quão viver pode ser comparado a uma incrível aventura e no quanto as pessoas ignoram tudo isso. Pra grande maioria é muito mais divertido imaginar criaturas sobrenaturais, vidas em outros planetas, do que se dar conta de como nosso próprio mundo é maravilhoso e absurdamente curioso. Tal qual as cartas de baralho que se transformam em anões, do livrinho que Hans-Thomas estava lendo, muitos seres humanos apenas se conformam com sua existência, sem querer explorar a origem das coisas. Preferem viver no escuro. E o Curinga se diferencia por gostar de explorar e descobrir. Um Curinga é como um filósofo, aquele que busca o conhecimento.
("Vivemos nossas vidas num incrível mundo de aventuras, pensei. Apesar disso, a grande maioria das pessoas considera tudo 'normal'. Em compensação, vivem em busca de algo fora do normal: anjos ou então marcianos. E isso se explica pelo simples fato de que elas não consideram um enigma o mundo em que vivem. Para mim a coisa era completamente diferente. Para mim, o mundo era um sonho muito estranho, e eu vivia em busca de uma explicação racional qualquer para esse sonho. - Hans-Thomas, pág. 164)
Pra muitos o tema "filosofia" pode ser considerado chato, mas o livro é narrado de uma forma tão perfeita que é impossível considerá-lo chato ou entediante. Muitos diálogos são ricos em informação e tudo de forma muito sútil e gostosa. Sem explicações longas e maçantes, pelo contrário, tudo é narrado com simples diálogos entre pai e filho buscando respostas pra vida.
Se você não leu essa obra perfeita, trate JÁ de colocá-la na sua listinha de leitura obrigatória. Jostein Gaarder nos faz mergulhar numa história onde ao mesmo tempo que você não vê a hora de chegar ao fim, você também se sente triste por saber que logo aquela viagem acabará. Não li "O Mundo de Sofia" (e me sinto um ET por isso), mas como o autor me cativou profundamente, tratarei de lê-lo o mais breve possível.
Um livro que nos ensina a buscar sempre o conhecimento, viver intensamente e a amar cada momento acima de tudo, pois cada um é único.
Eu me considero um Curinga, e você? ;)
("Mas tenho certeza absoluta de que um curinga continua perambulando pelo mundo. Ele se encarregará de não permitir que o mundo se acomode. A qualquer momento, e em qualquer parte, pode aparecer um pequeno bobo da corte usando um barrete e uma roupa cheia de guizos tintilantes. Ele nos olhará nos olhos e nos perguntará: 'Quem somos? De onde viemos?'" - pág. 378)
À todos que comentam e lêem o blog, muito obrigada, de verdade. Sem vocês dificilmente, em meio à correria que tem sido minha vida, eu teria ânimo pra continuar postando. Desculpem se os posts não estão muito frequentes, mas estou em meio a minha semana infernal (semana de provas da faculdade). Pra arrumar tempinho pra ler estou tendo que fazer malabarismos. Mas assim que toda essa doidera passar, prometo tentar postar com mais frequência. Obrigada e até o próximo livro :)
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Excalibur - Crônicas de Artur Vol. 3 - Bernard Cornwell
- Editora: Record
- Autor: BERNARD CORNWELL
- Ano: 1997
- Número de páginas: 529
(Para entender melhor o post a seguir leia: O Inimigo de Deus e O Rei do Inverno.)
Chegar ao fim de uma saga - especialmente uma tão brilhante - é no mínimo digno de algumas lágrimas. E confesso que chorei enquanto lia as últimas páginas de "Excalibur", terceiro e último volume das "Crônicas de Artur", de Bernard Cornwell. Chorei não porque o final seja triste ou algo do tipo, mas porque quando uma história possui personagens tão apaixonantes é terrivelmente difícil dizer adeus.
Uma história onde somos capazes de amar um personagem em algum momento e odiar no outro. Onde choramos, sorrimos, sentimos todas as emoções possíveis. Uma viagem pela antiga Britânia de guerreiros, druidas, bardos, saxões e guerras, onde possuimos o melhor guia que poderíamos ter: lorde Derfel Cadarn. Não me canso de rasgar elogios a ele. Um marido e amigo fiel, um guerreiro destemido, um homem de caráter. Um dos poucos que ficou ao lado de Artur até o fim.
Bernard Cornwell desmitifica um dos heróis mais conhecidos de todos os tempos. Sai aquela imagem do rei Artur perfeito pra dar lugar a um homem comum, que nunca foi rei de verdade, que cometeu erros incontáveis, mas que apesar de tudo era extremamente bondoso e cujo maior sonho era a paz na Britânia e poder viver com sua amada numa casinha confortável. Um homem que amou acima de qualquer coisa, que sempre acreditou no melhor das pessoas e que foi até o fim pra cumprir os juramentos que fez. ("Se alguém quiser viver para sempre neste mundo parece uma boa ideia virar inimigo de Artur." Merlin, pág. 22)
Excalibur poderia ser dividido em duas partes: a guerra entre os britânicos e os saxões, e a guerra entre os próprios britânicos. Ou seja, a maior parte do livro é de conflitos. Muitos (ou seria melhor dizer quase todos?) personagens morrem, dentre eles alguns que torcia pra que morressem e alguns onde senti uma tristeza profunda por partirem. Alguns se mostram traidores. Outros que nos outros livros não eram muito queridos acabam conquistando o leitor (como Guinevere por exemplo, que neste terceiro volume é extremamente importante e conseguiu ganhar minha simpatia). Tive algumas surpresas (como o que Nimuê fez) e algumas coisas já esperava (como o que Mordred fez).
("Os seus cristãos são rebeldes, o seu rei é um idiota aleijado e o seu líder se recusa a roubar o trono do idiota." - Merlim para Derfel, pág. 75)
Merlin e Nimuê tinham grandes planos para a Britânia. Eles acreditavam que ao tornar possível a "volta" dos Deuses, todos os problemas acabariam. Mas para isso eles precisariam cometer alguns sacrifícios. Sacrifícios estes, no mínimo absurdos, que o diga Artur. E é justamente por impedir os rituais que hipoteticamente trariam os Deuses pra Britânia, que Artur incitou a ira de Nimuê. Se no segundo volume da saga "O Inimigo de Deus", Artur foi perseguido por cristãos, desta vez a causa de sua maior dor de cabeça foram os pagãos. ("É estranho, ao rever o passado, lembrar como Artur era odiado na época. No verão tinha partido as esperanças dos cristãos, e agora, no fim do outono, havia destruído os sonhos pagãos. Como sempre, ele parecia surpreso com a impopularidade". - Derfel, pág. 131)
Merlin e Nimuê tinham grandes planos para a Britânia. Eles acreditavam que ao tornar possível a "volta" dos Deuses, todos os problemas acabariam. Mas para isso eles precisariam cometer alguns sacrifícios. Sacrifícios estes, no mínimo absurdos, que o diga Artur. E é justamente por impedir os rituais que hipoteticamente trariam os Deuses pra Britânia, que Artur incitou a ira de Nimuê. Se no segundo volume da saga "O Inimigo de Deus", Artur foi perseguido por cristãos, desta vez a causa de sua maior dor de cabeça foram os pagãos. ("É estranho, ao rever o passado, lembrar como Artur era odiado na época. No verão tinha partido as esperanças dos cristãos, e agora, no fim do outono, havia destruído os sonhos pagãos. Como sempre, ele parecia surpreso com a impopularidade". - Derfel, pág. 131)
Titio Cornwell sabe o que faz. Ele não apenas inventou uma história fantasiosa e sem nenhum fiapo de verdade, pelo contrário, ele pegou o pouco do que já foi comprovado e escreveu provavelmente uma das histórias mais fiéis a verdade a respeito de Artur. Trouxe de volta personagens que ficaram esquecidos nos últimos livros escritos sobre o tema (como o próprio Derfel) e derrubou o mito em torno de alguns que sempre foram descritos como maravilhosos (como Lancelot). Derrubou também o mito a respeito da chamada "Távola Redonda", que de acordo com o livro, começou a ser chamada assim por algumas pessoas e Artur particularmente detestava esse "apelido".
Pra quem gosta de livros sobre guerras, fantasias ou coisas do gênero, coloque "As Crônicas de Artur" na sua lista de leitura obrigatória. Pra alguns talvez o tamanho dos livros assuste um pouco (todos possuem mais de 500 páginas), mas a linguagem é fácil, o ritmo é excelente e os diálogos são daqueles que nos prendem. Confesso que algumas partes dos livros são um tantinho entediantes, mas elas são minorias, na grande parte você vai devorá-lo.
"As Crônicas de Artur" é uma história de grandes homens e grandes mulheres. É também história de grandes vilões e grandes guerras, mas acima de qualquer coisa é uma história de amizade. É este laço indestrutível que torna o livro tão maravilhosamente cativante.
Dos três volumes que compõem a saga, o melhor é sem dúvida O Inimigo de Deus, porém, provavelmente por ser o último, Excalibur é o mais emocionante.
(- Meu querido senhor - disse eu.
Não me referia a Sansum, no entanto. Falava com Artur. E, chorando, o braço em volta de Ceinwyn, vi o barco pálido ser engolido pela cintilante neblina prateada.
E foi assim que o meu senhor partiu.
E nunca mais ninguém o viu desde então. - Derfel, pág. 525)
Não me referia a Sansum, no entanto. Falava com Artur. E, chorando, o braço em volta de Ceinwyn, vi o barco pálido ser engolido pela cintilante neblina prateada.
E foi assim que o meu senhor partiu.
E nunca mais ninguém o viu desde então. - Derfel, pág. 525)
terça-feira, 14 de setembro de 2010
A opinião alheia incomoda muita gente...
É impressionante como o respeito é algo que tem se esvaído cada vez mais nos dias atuais. Levantar a bandeira da "livre-expressão" é tão belo não é? Mas no fundo não passa de uma grande hipocrisia. Num mundo "evoluído", como o nosso supostamente é, o ser humano deveria ser pelo menos capaz de ter respeito e consideração pela opinião alheia. Mas muito diferentemente disso, estamos num mundo onde ter personalidade e se expressar é quase um pecado e qualquer pessoa que mostre tudo aquilo que pensa é "apedrejado" como se estivesse fazendo algum mal à sociedade.
Por que não encarar as tão diferentes opiniões como uma forma de crescimento pessoal? Ninguém jamais vai pensar igual a você em tudo, e ao invés de criticar, por que não tentar aprender com isso?
Eu sigo um código: política, religião e futebol eu NÃO DISCUTO! Mas acho toda e qualquer opinião acerca desses e outros assuntos absolutamente válida, afinal, não sejamos presunçosos a ponto de nos acharmos senhores da razão. Prefiro calar ao ouvir um assunto desses pois causar polêmica não é comigo, até porque é impressionante o quão não importa a quantia de argumentos você tenha, sempre haverá quem, sem argumento algum, age como se estivesse com a absoluta razão. Em primeiro lugar: não existe razão absoluta quando se trata do que pensamos. Em segundo lugar: quer defender um ponto de vista? Apresente argumentos e independente de minha opinião ser contrária à sua, eu com certeza te respeitarei.
Mas sempre haverá aqueles que preferem ignorar ou criticar a opinião alheia. Pra aqueles que são assim, então, sejam felizes vivendo como cavalos que apenas olham pra frente.
O conhecimento e a informação são tudo, não deixem que sua mente se torne pequena. O mundo em geral necessita sempre expandir, a começar pelo pensamento humano ;)
(Desculpem fugir do assunto "livros", que é o maior intuito do blog, porém fatos recentes me compeliram a postar sobre isso...)
Por que não encarar as tão diferentes opiniões como uma forma de crescimento pessoal? Ninguém jamais vai pensar igual a você em tudo, e ao invés de criticar, por que não tentar aprender com isso?
Eu sigo um código: política, religião e futebol eu NÃO DISCUTO! Mas acho toda e qualquer opinião acerca desses e outros assuntos absolutamente válida, afinal, não sejamos presunçosos a ponto de nos acharmos senhores da razão. Prefiro calar ao ouvir um assunto desses pois causar polêmica não é comigo, até porque é impressionante o quão não importa a quantia de argumentos você tenha, sempre haverá quem, sem argumento algum, age como se estivesse com a absoluta razão. Em primeiro lugar: não existe razão absoluta quando se trata do que pensamos. Em segundo lugar: quer defender um ponto de vista? Apresente argumentos e independente de minha opinião ser contrária à sua, eu com certeza te respeitarei.
Mas sempre haverá aqueles que preferem ignorar ou criticar a opinião alheia. Pra aqueles que são assim, então, sejam felizes vivendo como cavalos que apenas olham pra frente.
O conhecimento e a informação são tudo, não deixem que sua mente se torne pequena. O mundo em geral necessita sempre expandir, a começar pelo pensamento humano ;)
(Desculpem fugir do assunto "livros", que é o maior intuito do blog, porém fatos recentes me compeliram a postar sobre isso...)
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Tempo de Matar - John Grisham
- Editora: Rocco
- Autor: JOHN GRISHAM
- Ano: 1988
- Número de páginas: 574
Sinopse: Pena de morte. Até que ponto se é contra? Até que ponto se é a favor? Se dois drogados estupram, torturam e tentam matar uma menina de 10 anos, qual a pena que deveriam ter? E se um pai, chocado com todas estas barbaridades cometidas contra a filha, resolve fazer justiça com as próprias mãos, o que ele merece? Pelas leis do Mississípi, Estados Unidos, 20 anos de prisão para os primeiros e a pena de morte para o segundo.
Tentando reverter este paradoxo legal, o advogado Jake Brigance enfrenta mais um problema para defender seu cliente, Carl Hailey, preso depois de matar os dois estupradores: o racismo. A opinião pública fica dividida entre os que apóiam a atitude de Hailey e os que não admitem que um negro acabe com um branco.
A Ku-klux-klan resolve comprar a briga. Os jurados e o juiz são ameçados. O advogado de defesa tem sua casa incendiada, o marido de sua secretária é espancado e morre, sua estagiária sofre um atentado e seu segurança fica paralítico por causa de um tiro destinado a ele. E, pior, todos dizem que a causa é perdida.
Conhecido como o número um do legal thriller, John Grisham começou a escrever Tempo de Matar três anos depois de se formar como advogado na Ole Mississipi Law School. O próprio autor reconhece que é seu livro mais autobiográfico. Ele foi tentado a transpor para um romance o clima dos tribunais depois que defendeu um homem que cometeu um crime semelhante ao de Carl Hailey. Grisham ficou obcecado com a idéia de vingança. "Por um breve momento, desejei ferozmente matar o estuprador, ser o pai daquela menina, fazer justiça. Havia uma história naquele caso", afirma.
Como a estudante de Direito que sou, sempre me atraí por boas histórias de tribunais. Já havia ouvido falar muito em John Grisham mas por algum motivo desconhecido eu nunca peguei nada dele pra ler. Minha mãe, que também é grande fã de histórias que envolvem julgamentos, já havia me falado de um filme chamado "Tempo de Matar" (Time do Kill, 1996), com o Matthew McConaughey e Sandra Bullock. Dizia que era um ótimo filme, um dos melhores do gênero. Até então eu não fazia nem ideia de que ele tinha sido baseado em um livro, muito menos em um escrito por Grisham. E eis que na mesma semana de minha descoberta, lá estava o livro, bonitinho na prateleira da biblioteca.
E livro potencialmente bom na prateleira da biblioteca é = Marina vai ler!
John Grisham não precisou de mais do que 50 páginas pra me mostrar por que ele é o melhor do gênero e um dos autores mais vendidos dos EUA. Desde o ritmo da narrativa até os personagens muito bem construídos, Tempo de Matar é sem dúvida o melhor livro de ficção sobre tribunais que eu já li.
A grande estrela da história é Jake Brigance, o advogado que "pegou a bomba" de defender um negro acusado de matar dois brancos. Este negro, Carl Lee Hailey, matou os dois homens que estupraram e quase mataram sua filhinha de 10 anos, Tonya.
E ai é que pousa a dúvida: até que ponto é moralmente condenável um pai que mata os estupradores da filha? Pra muitos ele foi considerado um herói. Porém, juridicamente falando, não é permitido se fazer justiça com as próprias mãos, portanto Carl Lee Hailey teve que ser indiciado podendo, caso fosse considerado um homicídio doloso (com intenção de matar), ser condenado à pena de morte na câmara de gás.
A difícil tarefa de Jake é provar que ele não estava mentalmente são no momento do crime. Mas Carl Lee não apenas estava consciente do que estava fazendo como também planejou a execução dos estupradores com 6 dias de antecedência.
Mas a maior barreira para Jake e seu cliente era, sem menor dúvida, o preconceito racial. Numa cidade com maioria branca, muitos condenavam Carl Lee pelo simples fato dele ser um negro que matou homens brancos. Quando a Ku-Klux-Klan resolve entrar na história e ameaçar todos os envolvidos no caso, tudo complica ainda mais.
Os personagens do livro são ótimos, mesmo aqueles não tão simpáticos como o promotor Rufus Buckley, a "pedra no sapato" de Jake. Meu prêmio de personagem favorito vai pra Lucien Willbanks, um advogado que perdeu a licença para exercer a profissão e que só sabe beber e dar pitacos nos casos de Jake. Simplesmente o adorei, mesmo sua participação na história não sendo tão grande.
Ellen Roarke, estudante de Direito muitíssimo inteligente e com uma eficiência fora do comum, que se torna assistente de Jake, também é ótima, apenas não gostei muito pois em alguns momentos dá sutilmente em cima dele, que é muito bem casado com Carla e fielmente não cede ao charme da bela estudante.
Há também Harry Rex, advogado e muito amigo de Jake, o xerife Ozzie Walls, que é negro e apesar de ser testemunha de acusação de Carl Lee, é seu grande amigo.
O livro levanta muitas questões, como o racismo, a violência, a pena de morte, a corrupção no meio jurídico. Mas em minha opinião a grande questão é, afinal, o quão a moral e a justiça são próximas? Se é que é possível existir essa proximidade. Da forma como o crime foi cometido, Carl Lee deveria ser condenado, pois infringiu a lei, independente dos motivos que o levaram a fazê-lo. Porém, ao mesmo tempo, ele tomou uma atitude que provavelmente muitos pais fariam igual.Complicado, não é? É o tipo de livro no qual você se vê obrigado a refletir sobre o que faria se estivesse em seu lugar, ou, se você estivesse no júri, o consideraria culpado ou inocente? E se ao invés de um negro que matou dois brancos, fosse o contrário - um branco matando dois negros - o que pensaria sobre isso?
Independente de qualquer questão, o livro é de leitura fácil e gostosa, e pra quem se interessa por Direito, é também uma forma de aprender um pouco sobre o sistema jurídico americano, pois Grisham explica muito bem como funcionam as coisas por lá. E pra aqueles que entendem sobre o Direito Brasileiro, é interessante pra fazer uma comparação entre os dois sistemas. E mesmo pra quem não gosta do tema, o livro não deixa de ser muito bom.
Até a próxima :)
Tentando reverter este paradoxo legal, o advogado Jake Brigance enfrenta mais um problema para defender seu cliente, Carl Hailey, preso depois de matar os dois estupradores: o racismo. A opinião pública fica dividida entre os que apóiam a atitude de Hailey e os que não admitem que um negro acabe com um branco.
A Ku-klux-klan resolve comprar a briga. Os jurados e o juiz são ameçados. O advogado de defesa tem sua casa incendiada, o marido de sua secretária é espancado e morre, sua estagiária sofre um atentado e seu segurança fica paralítico por causa de um tiro destinado a ele. E, pior, todos dizem que a causa é perdida.
Conhecido como o número um do legal thriller, John Grisham começou a escrever Tempo de Matar três anos depois de se formar como advogado na Ole Mississipi Law School. O próprio autor reconhece que é seu livro mais autobiográfico. Ele foi tentado a transpor para um romance o clima dos tribunais depois que defendeu um homem que cometeu um crime semelhante ao de Carl Hailey. Grisham ficou obcecado com a idéia de vingança. "Por um breve momento, desejei ferozmente matar o estuprador, ser o pai daquela menina, fazer justiça. Havia uma história naquele caso", afirma.
Como a estudante de Direito que sou, sempre me atraí por boas histórias de tribunais. Já havia ouvido falar muito em John Grisham mas por algum motivo desconhecido eu nunca peguei nada dele pra ler. Minha mãe, que também é grande fã de histórias que envolvem julgamentos, já havia me falado de um filme chamado "Tempo de Matar" (Time do Kill, 1996), com o Matthew McConaughey e Sandra Bullock. Dizia que era um ótimo filme, um dos melhores do gênero. Até então eu não fazia nem ideia de que ele tinha sido baseado em um livro, muito menos em um escrito por Grisham. E eis que na mesma semana de minha descoberta, lá estava o livro, bonitinho na prateleira da biblioteca.
E livro potencialmente bom na prateleira da biblioteca é = Marina vai ler!
John Grisham não precisou de mais do que 50 páginas pra me mostrar por que ele é o melhor do gênero e um dos autores mais vendidos dos EUA. Desde o ritmo da narrativa até os personagens muito bem construídos, Tempo de Matar é sem dúvida o melhor livro de ficção sobre tribunais que eu já li.
A grande estrela da história é Jake Brigance, o advogado que "pegou a bomba" de defender um negro acusado de matar dois brancos. Este negro, Carl Lee Hailey, matou os dois homens que estupraram e quase mataram sua filhinha de 10 anos, Tonya.
E ai é que pousa a dúvida: até que ponto é moralmente condenável um pai que mata os estupradores da filha? Pra muitos ele foi considerado um herói. Porém, juridicamente falando, não é permitido se fazer justiça com as próprias mãos, portanto Carl Lee Hailey teve que ser indiciado podendo, caso fosse considerado um homicídio doloso (com intenção de matar), ser condenado à pena de morte na câmara de gás.
A difícil tarefa de Jake é provar que ele não estava mentalmente são no momento do crime. Mas Carl Lee não apenas estava consciente do que estava fazendo como também planejou a execução dos estupradores com 6 dias de antecedência.
Mas a maior barreira para Jake e seu cliente era, sem menor dúvida, o preconceito racial. Numa cidade com maioria branca, muitos condenavam Carl Lee pelo simples fato dele ser um negro que matou homens brancos. Quando a Ku-Klux-Klan resolve entrar na história e ameaçar todos os envolvidos no caso, tudo complica ainda mais.
Os personagens do livro são ótimos, mesmo aqueles não tão simpáticos como o promotor Rufus Buckley, a "pedra no sapato" de Jake. Meu prêmio de personagem favorito vai pra Lucien Willbanks, um advogado que perdeu a licença para exercer a profissão e que só sabe beber e dar pitacos nos casos de Jake. Simplesmente o adorei, mesmo sua participação na história não sendo tão grande.
Ellen Roarke, estudante de Direito muitíssimo inteligente e com uma eficiência fora do comum, que se torna assistente de Jake, também é ótima, apenas não gostei muito pois em alguns momentos dá sutilmente em cima dele, que é muito bem casado com Carla e fielmente não cede ao charme da bela estudante.
Há também Harry Rex, advogado e muito amigo de Jake, o xerife Ozzie Walls, que é negro e apesar de ser testemunha de acusação de Carl Lee, é seu grande amigo.
O livro levanta muitas questões, como o racismo, a violência, a pena de morte, a corrupção no meio jurídico. Mas em minha opinião a grande questão é, afinal, o quão a moral e a justiça são próximas? Se é que é possível existir essa proximidade. Da forma como o crime foi cometido, Carl Lee deveria ser condenado, pois infringiu a lei, independente dos motivos que o levaram a fazê-lo. Porém, ao mesmo tempo, ele tomou uma atitude que provavelmente muitos pais fariam igual.Complicado, não é? É o tipo de livro no qual você se vê obrigado a refletir sobre o que faria se estivesse em seu lugar, ou, se você estivesse no júri, o consideraria culpado ou inocente? E se ao invés de um negro que matou dois brancos, fosse o contrário - um branco matando dois negros - o que pensaria sobre isso?
Independente de qualquer questão, o livro é de leitura fácil e gostosa, e pra quem se interessa por Direito, é também uma forma de aprender um pouco sobre o sistema jurídico americano, pois Grisham explica muito bem como funcionam as coisas por lá. E pra aqueles que entendem sobre o Direito Brasileiro, é interessante pra fazer uma comparação entre os dois sistemas. E mesmo pra quem não gosta do tema, o livro não deixa de ser muito bom.
Até a próxima :)
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
O Jogo do Anjo - Carlos Ruiz Zafón
- Editora: Suma de Letras
- Autor: CARLOS RUIZ ZAFON
- Ano: 2008
- Número de páginas: 416
Sinopse: Aos 28 anos, desiludido no amor e na vida profissional e gravemente doente, o escritor David vive sozinho num casarão em ruínas. É quando surge em sua vida Andreas Corelli, um estrangeiro que se diz editor de livros. Sua origem exata é um mistério, mas sua fala é suave e sedutora. Ele promete a David muito dinheiro e sua simples aparição parece devolver a saúde ao escritor. Contudo, o que ele pede em troca não é pouco. E o preço real dessa encomenda é o que David precisará descobrir.
Em O Jogo do Anjo, o catalão Carlos Ruiz Zafón explora novamente a Barcelona do início do século XX, cenário de seu grande êxito internacional A Sombra do Vento, que vendeu mais de 10 milhões de exemplares em todo o mundo. Lançado este ano na Espanha, O Jogo do Anjo já ultrapassou a marca de um milhão de exemplares vendidos.
Este livro passou bons meses guardado no fundo de minha gaveta, esquecido. Minha amiga tinha me emprestado pra ler, e como na época eu estava sem tempo(grande novidade!) acabei deixando guardado por acredito que quase um ano. Só fui me lembrar dele quando fui mudar meus livros de lugar.
Antes de começar a ler eu não fazia menor ideia do que exatamente o livro tratava. De início pensei se tratar de um daqueles dramalhões, bem tristes mesmo. Engano meu. O livro mistura drama, amizade, romance, suspense e muito, mas muito mistério. Apesar de não ser um livro com objetivo de "dar medo", acreditem, em alguns momentos eu cheguei a roer as unhas e até me assustar. Ele é, em certas partes, extremamente TENSO. Em outras partes, no entanto, é um livro cativamente.
Somos levados à uma viagem pela Barcelona do século 20 e apresentados a personagens apaixonantes, carismáticos e muito bem construídos. David Martin, o protagonista, Cristina, a mulher que ele amou desde jovem, Isabela, que depois de muita insistência se tornou sua assistente e melhor amiga, Daniel Sempere e seu filho,donos de uma livraria, que acompanharam David e sua paixão por livros desde pequeno, e Andreas Corelli, um editor que convida David a escrever um livro pra ele, e dá início a todos os mistérios que envolvem a história. Esses são alguns dos principais personagens de "O Jogo do Anjo".
Sabe aquele livro que você começa e não consegue parar de ler até chegar ao fim? É o tipo de leitura viciante. Carlos Ruiz Zafón sabe definitivamente como prender um leitor.
O que mais gostei do livro todo foi a relação de David e Isabela. A amizade que foi surgindo entre os dois era muito bonita de se ver. E engraçada também em alguns momentos. Um tirava sarro da cara do outro e o que não faltava eram ironias em suas conversas. Muitos conflitos existiram entre os dois também, mas a amizade sempre prevaleceu.
Os meus personagens prediletos são sem dúvida Isabela e Daniel Sempere. Não gostei muito de Cristina, mas não sei bem por que.
Seria um livro perfeito se não fosse pelo final: passei o tempo todo ansiosa pra saber o desfecho da história, para entender todos os mistérios e quando esse momento chegou não entendi quase nada. O final é meio vago e muita coisa fica sem explicação, infelizmente. É como se o autor tivesse se perdido no meio de seu próprio enredo e já não soubesse mais como dar um fim satisfatório.
O livro soa um pouco como sobrenatural em alguns momentos, e pra algumas pessoas essa pode ser a explicação pra muito do que aconteceu, mas não me agrada essa teoria. Independente disso, Carlos Ruiz Zafón me conquistou. Logo que terminei de ler já providenciei a compra de seu outro livro "A Sombra do Vento" (que na verdade deveria ter sido lido antes de "O Jogo do Anjo", pois muitas coisas citadas neste também foram importantes no outro, como por exemplo "O Cemitério dos Livros Esquecidos"), mas ainda não o li.
Gostei muito do jeito de Zafón escrever, os diálogos irônicos, os personagens, tudo é realmente de excelente qualidade. O final pode ter deixado um pouco a desejar mas ainda assim recomendo o livro.
Até a próxima :)
Em O Jogo do Anjo, o catalão Carlos Ruiz Zafón explora novamente a Barcelona do início do século XX, cenário de seu grande êxito internacional A Sombra do Vento, que vendeu mais de 10 milhões de exemplares em todo o mundo. Lançado este ano na Espanha, O Jogo do Anjo já ultrapassou a marca de um milhão de exemplares vendidos.
Este livro passou bons meses guardado no fundo de minha gaveta, esquecido. Minha amiga tinha me emprestado pra ler, e como na época eu estava sem tempo
Antes de começar a ler eu não fazia menor ideia do que exatamente o livro tratava. De início pensei se tratar de um daqueles dramalhões, bem tristes mesmo. Engano meu. O livro mistura drama, amizade, romance, suspense e muito, mas muito mistério. Apesar de não ser um livro com objetivo de "dar medo", acreditem, em alguns momentos eu cheguei a roer as unhas e até me assustar. Ele é, em certas partes, extremamente TENSO. Em outras partes, no entanto, é um livro cativamente.
Somos levados à uma viagem pela Barcelona do século 20 e apresentados a personagens apaixonantes, carismáticos e muito bem construídos. David Martin, o protagonista, Cristina, a mulher que ele amou desde jovem, Isabela, que depois de muita insistência se tornou sua assistente e melhor amiga, Daniel Sempere e seu filho,donos de uma livraria, que acompanharam David e sua paixão por livros desde pequeno, e Andreas Corelli, um editor que convida David a escrever um livro pra ele, e dá início a todos os mistérios que envolvem a história. Esses são alguns dos principais personagens de "O Jogo do Anjo".
Sabe aquele livro que você começa e não consegue parar de ler até chegar ao fim? É o tipo de leitura viciante. Carlos Ruiz Zafón sabe definitivamente como prender um leitor.
O que mais gostei do livro todo foi a relação de David e Isabela. A amizade que foi surgindo entre os dois era muito bonita de se ver. E engraçada também em alguns momentos. Um tirava sarro da cara do outro e o que não faltava eram ironias em suas conversas. Muitos conflitos existiram entre os dois também, mas a amizade sempre prevaleceu.
Os meus personagens prediletos são sem dúvida Isabela e Daniel Sempere. Não gostei muito de Cristina, mas não sei bem por que.
Seria um livro perfeito se não fosse pelo final: passei o tempo todo ansiosa pra saber o desfecho da história, para entender todos os mistérios e quando esse momento chegou não entendi quase nada. O final é meio vago e muita coisa fica sem explicação, infelizmente. É como se o autor tivesse se perdido no meio de seu próprio enredo e já não soubesse mais como dar um fim satisfatório.
O livro soa um pouco como sobrenatural em alguns momentos, e pra algumas pessoas essa pode ser a explicação pra muito do que aconteceu, mas não me agrada essa teoria. Independente disso, Carlos Ruiz Zafón me conquistou. Logo que terminei de ler já providenciei a compra de seu outro livro "A Sombra do Vento" (que na verdade deveria ter sido lido antes de "O Jogo do Anjo", pois muitas coisas citadas neste também foram importantes no outro, como por exemplo "O Cemitério dos Livros Esquecidos"), mas ainda não o li.
Gostei muito do jeito de Zafón escrever, os diálogos irônicos, os personagens, tudo é realmente de excelente qualidade. O final pode ter deixado um pouco a desejar mas ainda assim recomendo o livro.
Até a próxima :)
terça-feira, 31 de agosto de 2010
A Estrada da Noite - Joe Hill
- Editora: Sextante
- Autor: JOE HILL
- Ano: 2007
- Número de páginas: 317
"Vou 'vender' o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto..."
Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um.
Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora.
O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente - verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar. O morto é Craddock McDermott, o padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude.
Numa corrida desesperada para salvar sua vida, Jude faz as malas e cai na estrada com sua jovem namorada gótica. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída para o futuro. As verdadeiras motivações de vivos e mortos vão se revelando pouco a pouco em A estrada da noite - e nada é exatamente o que parece.
Ancorando o sobrenatural na realidade psicológica de personagens complexos e verossímeis, Joe Hill consegue um feito raro: em seu romance de estréia, já é considerado um novo mestre do suspense e do terror.
Nunca ouviu falar em Joe Hill? Não faz menor ideia de quem ele seja? Bom, eu vou dar uma ajudinha. Joe Hill é apelido para Joseph Hillstrom King. King. Ele é simplesmente filho do conhecido mestre do terror, Stephen King, ou seja, por mais que seja burrice comparar ambos e exigir do mais novo o mesmo talento, é mais do que claro que ele carrega uma enorme responsabilidade, de ser tão bom quanto o pai. Confesso que nunca li nenhuma obra do mestre King, apesar de alguns livros dele já estarem em minha lista dos próximos pra ler. Mas tenho uma noção de suas histórias devido à alguns filmes baseados em seus livros que assisti. Pelo visto, ele é muito bom. Faz o que eu mais adoro: terror psicológico. Claro que só poderei dar minha opinião concreta depois que ler alguma de suas obras. Mas pelo pouco que sei, digo que Joe Hill pode ser até bom, mas não chega aos pés do seu pai.
Em primeiro lugar, ultimamente eu venho me decepcionando com livros de terror
"A Estrada da Noite", seu romance de estreia, é muito bem escrito, possui um ritmo excelente. Não há enrolação, tudo acontece rapidamente fazendo com que o leitor não tenha tempo de sentir tédio.
Os personagens são carismáticos à sua maneira: Jude Coyne é o típico roqueiro cuja carreira esfriou devido ao final de sua banda. Continua com a pose de bad boy, mas parece bem menos apavorante do que em seu auge. Sua namorada, MaryBeth Kimball, a quem ele chama de Géorgia (pois ele chama todas as suas namoradas não pelo nome, mas pelo Estado em que nasceram), apesar de ser uma gótica ex-dançarina de boate, me aspirou simpatia. Gostei dela.
Há também aqueles personagens que não necessariamente aparecem, mas são lembrados a todo instante, como por exemplo Anna, ou Flórida, ex-namorada de Jude que supostamente se matou por ter levado um pé na bunda dele e enteada do morto que passa a assombrá-lo. Sim, eu disse "supostamente se matou", e pra lá do meio do livro você descobre por que. Também gostei dela apesar de às vezes a achar meio irritante com sua mania de fazer perguntas.
Na minha opinião, a medalha de prata pra melhor personagem do livro é pro morto, Craddock McDermott. Não sei porque, mas eu tinha vontade de rir cada vez que o imaginava aparecendo com seu enorme chapéu e o terno preto do tipo que Johnny Cash usava.
Aliás, falando em Johnny Cash, um dos pontos que mais gostei do livro é o fato de várias lendas do rock ou de culturas "sombrias" terem sido citados. Ac/Dc, Led Zeppelin, Alastair Crowley, o serial killer John Wayne Gacy
A medalha de ouro pra melhor personagem vai pros cachorros de Jude: Angus e Bon. Em primeiro lugar, porque eles são cachorros e eu amo animais. Em segundo, porque ambos têm grande importância na história e talvez sem eles Jude e Géorgia teriam morrido.
A história já está bem contada na sinopse logo acima, então acredito que não haja necessidade de eu repetir . Eu particularmente achei o enredo um pouco "mirim" (como diz meu namorado). Não é nada muuuito fabuloso, mas também não é ruim. Dou nota 7 pro "King filho". E continuo loucamente minha busca por livros que me façam sentir medo de verdade. Se alguém tiver uma sugestão, por favor, dê!
Até o próximo livro :)
E obrigada a todos que mesmo não comentando têm elogiado bastante o blog!
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
O Inimigo de Deus - Crônicas de Artur Vol. 2 - Bernard Cornwell
- Editora: Record
- Autor: BERNARD CORNWELL
- Ano: 1996
- Número de páginas: 518
Sinopse: Artur saiu vencedor da sangrenta batalha no Vale do Lugg e conseguiu seu objetivo: Unificar os Reinos da Britânia sob um juramento de fidelidade ao jovem Rei Mordred. Chegou, então, a hora de um confronto definitivo contra os saxões, para expulsá-los de uma vez das terras britânicas e alcançar uma era de paz e prosperidade.
Mas um grande conflito pode atrapalhar seus planos: a luta entre os antigos Deuses e os cristãos. Para Artur, não importa se a nova religião vencer, desde que isso não atrapalhe seus objetivos. Um homem, porém, jamais se esquecerá da antiga fé: Merlin, se ele conseguir reunir os Treze Objetos Sagrados da Britânia, espalhados quando os romanos devastaram Ynys Mon, a Ilha Abençoada, os Deuses serão restaurados e os saxões serão lançados ao mar e o cristianismo será apagado até o último vestígio.
O mais poderoso desses objetos é o Caldeirão Mágico. Para recuperá-lo, Merlin deverá partir em uma jornada que o levará a lugares perigosos e desconhecidos. Nessa viagem, contará com o auxílio de sua magia e da espada de Lorde Derfel, um dos mais poderosos guerreiros de Artur, que segue com ele rumo aos confins da Terra em busca do tesouro. O caos, porém, toma conta de toda a Britânia. E de onde menos espera Artur recebe golpes duríssimos, que põem em risco sua vida, família e todos os planos para o reino.O Inimigo de Deus dá seguimento ao sucesso de O Rei do Inverno, levando aos leitores a vida de Artur e seu mundo com uma nitidez espantosa jamais conseguida em outras narrativas. É a história de um homem que luta por seus ideais em uma era brutal, prejudicado por suspeitas e magias do passado, rodeado por intrigas, e que depende apenas de sua habilidade na guerra e de seu talento para a liderança. Um romance empolgante que revela fatos históricos sobre Artur e seu mundo, imortalizados por bardos que há séculos cantam e contam as aventuras do maior herói de todos os tempos.
Mesmo que soe um tanto repetitivo, vou dizer mais ou menos o que havia dito no post "O Rei do Inverno - Crônicas de Artur Vol 1" (veja aqui): Pra um livro acerca de rei Artur me conquistar tanto quanto "As Brumas de Avalon" tem que ser realmente MUITO BOM! Se o primeiro volume dessa incrível trilogia escrita por Bernard Cornwell já considerei excelente, pra sua continuação "O Inimigo de Deus" eu simplesmente não tenho adjetivos suficientes.
A falta de tempo tem sido um grande vilão em minha vida nos últimos dias. Conseguir conciliar trabalho e estudos realmente não é pra qualquer um. Mesmo assim eu faço mágica, me esforço ao máximo pra ter tempo pra leitura. É algo quase que sagrado, tanto quanto comer ou tomar banho(sem exageros). Foi em meio a essa loucura que eu chamo de vida que, numa de minhas "voltinhas" pela biblioteca eu não me aguentei e peguei "O Inimigo de Deus" pra ler. Bastavam 5 minutinhos livres e lá estava eu com o livro na mão. Até na aula eu li, mesmo com muito barulho em volta.
Em 3 dias o devorei. Isso porque é um livro maravilhoso, envolvente do início ao fim. Mais uma vez somos guiados pelo mundo de Artur, Guinevere, Merlin e cia. por lorde Derfel Cadarn, que nesse segundo livro provou que merece o posto de personagem mais cativante de toda história. E dessa vez ele tem ainda mais destaque. Vemos sua conquista definitiva como o guerreiro mais importante da Dunmonia e talvez até de toda Britania. O vemos conquistando Cewyin, tendo filhas e sendo feliz. Também o vemos em momentos tristes, como a morte de uma de suas meninas.
No primeiro livro vimos Artur tomando decisões erradas, como casar com Guinevere e acabar provocando uma guerra por esse motivo, e desta vez não foi diferente: Artur continua não sendo uma sumidade no quesito decisões, principalmente com relação em quem ele deve confiar.
Merlin aparece mais neste segundo volume e tem maior importância. E o seu jeito quase cômico que já aparecia no primeiro livro está mais acentuado. Ele é a maior figurassa de toda Britânia, com certeza.
Lancelot continua sendo um idiota (sim, IDIOTA), só que desta vez ele se superou e evoluiu de idiota pra "idiota traíra duas-caras", e continuou sendo o mesmo covarde de sempre.
Guinevere também se torna "traíra". Pra quem já conhece mais ou menos algumas história de Artur já deve imaginar do que eu estou falando... Eu nunca gostei dela e agora gosto menos ainda!
Mordred continua sendo o futuro rei, mas aos poucos vai se mostrando não muito apto ao cargo e isso gera alguns conflitos e dúvidas.
Nimuê, como já havia dito no post sobre o primeiro livro, é quem faz as vezes da Morgana como a principal feiticeira da Dunmonia e a queridinha de Merlin.
Por falar em Morgana... Esse é o único aspecto que eu desgosto da versão de Bernard Cornwell. Não consigo imaginá-la como é descrita no livro. A maravilhosa Morgana Le Fay de "As Brumas de Avalon" ainda continua bem gravada em minha memória. E achei até meio absurdo o fato de que nesta história ela acaba se casando com um bispo e se tornando cristã. Morgana sempre foi conhecida como um dos maiores símbolos pagãos da época. Mas bom, titio Cornwell deve saber o que fala.
Algumas histórias paralelas são narradas, como por exemplo o maravilhoso relato do amor (e morte...) de Tristan (ou Tristão) e Isolda. Belíssimo e triste. Quanto à história propriamente dita pudemos ver finalmente um período de paz na Britânia. Infelizmente isso não durou muito, mas mais uma vez Artur soube conduzir a situação e salvar a Dunmonia novamente. Também faz parte do enredo principal a busca aos tesouros da Britânia, que se tornou a maior obsessão para o druida Merlin.
E é claro, como o nome do livro já diz, o centro da trama é o constante conflito entre cristãos e pagãos. O inimigo de Deus seria o próprio Artur, que ganhou esse apelido "carinhoso" dos cristãos mais fervorosos da Britânia. Isso porque, apesar de não se declarar pagão, ele também não fazia questão de disfarçar não simpatizar com o cristianismo. Vemos os estragos que o fanatismo religioso pode causar em uma nação, o que aliás vemos até os dias de hoje...
"O Inimigo de Deus" é uma obra excelente que entrou em minha lista de livros preferidos. Já estou com o terceiro e último volume da saga em mãos: "Excalibur". Só não sei quando conseguirei ler por causa da maldita falta de tempo. Já me sinto triste por estar tão próxima a hora de me despedir de Derfel...
Até o próximo livro e obrigada a todos que comentam e visitam o blog :)
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Diários do Vampiro Vol. 1 - O Despertar - L.J. Smith
- Editora: Galera
- Autor: L.J. SMITH
- Ano: 1991
- Número de páginas: 240
Em Fell´s Church, na Virgínia, Stefan conhece Elena Gilbert, uma adolescente bela e popular. No encalço de Stefan, Damon procura vingança, e logo Elena se verá divida entre os dois irmãos - e entre o amor e o perigo.
O Despertar é o primeiro volume da série best seller Diários do vampiro, de L. J. Smith, há mais de 15 semanas na lista de mais vendidos do New York Times.
Confesso que esse livro me decepcionou. Esperava mais, muito mais.
Assisto "The Vampires Diaries", a série que foi originada a partir do livro. Mas depois de ler o que tenho é a impressão de que além do nome da série, e dos nomes da maioria dos personagens, o resto é tudo diferente. Se eu fosse enumerar todas as diferenças entre um e outro o post ficaria realmente gigantesco. Desde a descrição dos personagens, tanto na personalidade quanto na aparência, até a própria história em si, os criadores da série não foram nada fiéis aos livros escritos por Lisa Jane Smith.
Neste primeiro livro da série, que possui os quatro primeiros volumes já publicados no Brasil, somos apresentados a Elena, a garota mais popular da escola, Stefan, o vampiro "bonzinho" pelo qual ela se apaixona, e Damon, o irmão malvado de Stefan. Vemos como Elena os conhece e como conquista Stefan, vemos o início dos tormentos de Damon, alguns assassinatos, e bom, pára por ai. Não acontece mais nada. Sem muitas emoções, sem muita ação. É como se este primeiro volume fosse apenas uma introdução.
Pra quem gosta de vampiros eu particularmente recomendo a série "The Vampires Diaries". Já os livros, pelo menos por enquanto, infelizmente na minha opinião não são recomendáveis.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Os Sete - André Vianco
- Editora: Novo Século
- Autor: ANDRE VIANCO
- Ano: 2001
- Número de páginas: 380
Sinopse: Uma caravela portuguesa naufragada há cinco séculos é descoberta no litoral brasileiro. Dentro dela, sete cadáveres aprisionados em uma caixa de prata, acusados, na época, de bruxaria. Universitários irão estudar os cadáveres, que estão em perfeito estado de conservação... Será que estão mesmo mortos?
Desde o lançamento do fenômeno mundial "Crepúsculo", que histórias de vampiros se tornaram, sem dúvida, as mais populares. Basta você dar uma olhada na lista de mais vendidos de qualquer site ou revista e você vai comprovar: eles dominam! Eu, particularmente, não vejo motivo pra tanto furor em torno dos livros escritos por Stephanie Meyer. Pra mim, é um enredo bem sem gracinha. E a temática virou um grande clichê: meninas que se apaixonam por vampiros, criaturas noturnas frequentando a chamada "High School" americana, vampiros bonitões (não que eu ache o tal de Edward Cullen bonitão, na verdade, o acho tão sem graça quanto toda a história), aquele clima adolescente bem chatinho e por aí vai... Respeito que muita gente goste, mas eu não consigo engolir esse tipo de enredo. Mas isso é papo pra outro post...
Eu já estava bem de saco cheio de tanta historinha bobinha e melosa a respeito das criaturas noturnas. Gosto de vampiros desde criança. Mas gosto dos vampiros assassinos, não dos bonzinhos bonitinhos. E eis que conheci André Vianco, um autor brasileiro, que se atreveu a escrever sobre os nossos queridos chupadores de sangue. E quem disse que brasileiro não é capaz de criar uma boa história de fantasia? André Vianco provou realmente ter o dom pra isso, e usou todo talento possível pra escrever "Os Sete". E aí nada de colegiais apaixonadas por vampiros galãs. O bom e velho vampiro maligno e assustador é que está presente nessa excelente obra.
Só um detalhe pra frisar. André Vianco não foi só mais um seguidor da modinha vampiresca criada por "Crepúsculo". "Os Sete" foi publicado em 2000, o primeiro volume da saga de Stephenie Meyer em 2005.
A história, que se passa no Brasil, mais precisamente em Amarração, no Rio Grande do Sul, começa quando dois amigos, César e Tiago encontram uma antiga caravela portuguesa no fundo do mar. Dentro da caravela, uma grande caixa de prata. Dentro da caixa, adivinhem só o que tinha? Sete vampiros adormecidos há quase 500 anos. Conforme eles vão acordando, o caos se instaura. Cada um dos sete tem poderes especiais e usam esses poderes pra matar, assustar e deixar cidades praticamente devastadas. E ai uma grande aventura pra César, Tiago, entre outros amigos, se inicia. E o início de inúmeras tragédias para os brasileiros também.
Pra mim, sem menor dúvida, o melhor do livro é o fato dos vampiros serem portugueses que permaneceram adormecidos por mais de 400 anos. Eles não conhecem absolutamente nada sobre o mundo atual, e são divertidíssimos os diálogos onde eles querem descobrir como funcionam as lâmpadas, a geladeira, uma locomotiva, aparelhos de som. Vampiros malignos passam a nos lembrar crianças curiosas.
Outro ponto que eu achei interessante é a grande participação do Exército pra tentar conter os vampiros. O caos que eles causaram foi muito além de apenas algumas mortes. Com seus poderes eles praticamente devastaram uma cidade inteira.
Inverno, Acordador, Tempestade, Lobo, Espelho, Gentil e Sétimo. Sete vampiros, cada um com seu poder. Os nomes com os quais eles são conhecidos já nos dão certa ideia do que cada um é capaz de fazer.
"Os Sete" em certos momentos têm um ritmo um pouco lento. Até metade do livro eu diria que boa parte é enrolação. Mas André Vianco mostra que sabe como narrar uma boa história. Aos poucos a trama vai se desenvolvendo e as últimas 100 páginas são daquelas que você devora de uma vez só.
O livro termina deixando a brecha para sua continuação: "Sétimo" é o nome da próxima obra de André Vianco, e com certeza já está na minha lista de próximos livros pra ler.
Bom, se você gosta de histórias boas de vampiros provavelmente irá gostar de "Os Sete". André Vianco foi original ao colocar os vampiros em nosso país e criar uma história diferente de todas as outras. A linguagem é mais acessível a nós, pois ele utiliza gírias e expressões conhecidas pelos brasileiros. Isso nos aproxima dos personagens. Além disso, muitos lugares, músicas e programas de televisão citados também fazem parte de nosso cotidiano.
Até o próximo post ;)
Se entrar, por favor, comente! Obrigada ;*