terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Estrada da Noite - Joe Hill


  • Editora: Sextante
  • Autor: JOE HILL
  • Ano: 2007
  • Número de páginas: 317
Sinopse: Uma lenda do rock pesado, o cinqüentão Judas Coyne coleciona objetos macabros: um livro de receitas para canibais, uma confissão de uma bruxa de de 300 anos atrás, um laço usado num enforcamento, uma fita com cenas reais de assassinato. Por isso, quando fica sabendo de um estranho leilão na internet, ele não pensa duas vezes antes de fazer uma oferta.
"Vou 'vender' o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto..."
Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um.
Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora.
O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente - verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar. O morto é Craddock McDermott, o padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude.
Numa corrida desesperada para salvar sua vida, Jude faz as malas e cai na estrada com sua jovem namorada gótica. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída para o futuro. As verdadeiras motivações de vivos e mortos vão se revelando pouco a pouco em A estrada da noite - e nada é exatamente o que parece.
Ancorando o sobrenatural na realidade psicológica de personagens complexos e verossímeis, Joe Hill consegue um feito raro: em seu romance de estréia, já é considerado um novo mestre do suspense e do terror. 


Nunca ouviu falar em Joe Hill? Não faz menor ideia de quem ele seja? Bom, eu vou dar uma ajudinha. Joe Hill é apelido para Joseph Hillstrom King. King. Ele é simplesmente filho do conhecido mestre do terror, Stephen King, ou seja, por mais que seja burrice comparar ambos e exigir do mais novo o mesmo talento, é mais do que claro que ele carrega uma enorme responsabilidade, de ser tão bom quanto o pai. Confesso que nunca li nenhuma obra do mestre King, apesar de alguns livros dele já estarem em minha lista dos próximos pra ler. Mas tenho uma noção de suas histórias devido à alguns filmes baseados em seus livros que assisti. Pelo visto, ele é muito bom. Faz o que eu mais adoro: terror psicológico. Claro que só poderei dar minha opinião concreta depois que ler alguma de suas obras. Mas pelo pouco que sei, digo que Joe Hill pode ser até bom, mas não chega aos pés do seu pai. 

Em primeiro lugar, ultimamente eu venho me decepcionando com livros de terror (pra falar a verdade, filmes também). Nenhum tem conseguido me causar medo (mesmo eu sento uma medrosa do caramba). Sou apaixonada por um bom terror, um bom suspense. Adoro sentir aquela apreensão que só boas histórias do gênero conseguem nos causar.  E ultimamente, nadinha, nem um medinho, um frio na barriga, nada! E Joe Hill foi mais um que me decepcionou. Esperava mais do filho do grande mestre do terror. Li à noite pra ver se sentia pelo menos um pouquinho de medo, mas nem assim adiantou. Apesar de tudo, ele e seu livro não são ruins.
"A Estrada da Noite", seu romance de estreia, é muito bem escrito, possui um ritmo excelente. Não há enrolação, tudo acontece rapidamente fazendo com que o leitor não tenha tempo de sentir tédio. 

 Os personagens são carismáticos à sua maneira: Jude Coyne é o típico roqueiro cuja carreira esfriou devido ao final de sua banda. Continua com a pose de bad boy, mas parece bem menos apavorante do que em seu auge. Sua namorada, MaryBeth Kimball, a quem ele chama de Géorgia (pois ele chama todas as suas namoradas não pelo nome, mas pelo Estado em que nasceram), apesar de ser uma gótica ex-dançarina de boate, me aspirou simpatia. Gostei dela.

Há também aqueles personagens que não necessariamente aparecem, mas são lembrados a todo instante, como por exemplo Anna, ou Flórida, ex-namorada de Jude que supostamente se matou por ter levado um pé na bunda dele e enteada do morto que passa a assombrá-lo. Sim, eu disse "supostamente se matou", e pra lá do meio do livro você descobre por que. Também gostei dela apesar de às vezes a achar meio irritante com sua mania de fazer perguntas.


Na minha opinião, a medalha de prata pra melhor personagem do livro é pro morto, Craddock McDermott. Não sei porque, mas eu tinha vontade de rir cada vez que o imaginava aparecendo com seu enorme chapéu e o terno preto do tipo que Johnny Cash usava.

Aliás, falando em Johnny Cash, um dos pontos que mais gostei do livro é o fato de várias lendas do rock ou de culturas "sombrias" terem sido citados. Ac/Dc, Led Zeppelin, Alastair Crowley, o serial killer John Wayne Gacy (eu sou meio viciada em ler sobre serial killers), o próprio titio Cash, entre muitos outros. Adorei quando citaram o trecho da música Folsom Prisom Blues: "Quando eu era apenas um bebê mamãe sempre me dizia: filho sempre seja um bom garoto, nunca brinque com armas".

A medalha de ouro pra melhor personagem vai pros cachorros de Jude: Angus e Bon. Em primeiro lugar, porque eles são cachorros e eu amo animais. Em segundo, porque ambos têm grande importância na história e talvez sem eles Jude e Géorgia teriam morrido. 

A história já está bem contada na sinopse logo acima, então acredito que não haja necessidade de eu repetir . Eu particularmente achei o enredo um pouco "mirim" (como diz meu namorado). Não é nada muuuito fabuloso, mas também não é ruim. Dou nota 7 pro "King filho". E continuo loucamente minha busca por livros que me façam sentir medo de verdade. Se alguém tiver uma sugestão, por favor, dê! 

Até o próximo livro :)
E obrigada a todos que mesmo não comentando têm elogiado bastante o blog!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Inimigo de Deus - Crônicas de Artur Vol. 2 - Bernard Cornwell

  • Editora: Record
  • Autor: BERNARD CORNWELL
  • Ano: 1996
  • Número de páginas: 518

    Sinopse:
    Artur saiu vencedor da sangrenta batalha no Vale do Lugg e conseguiu seu objetivo: Unificar os Reinos da Britânia sob um juramento de fidelidade ao jovem Rei Mordred. Chegou, então, a hora de um confronto definitivo contra os saxões, para expulsá-los de uma vez das terras britânicas e alcançar uma era de paz e prosperidade.
    Mas um grande conflito pode atrapalhar seus planos: a luta entre os antigos Deuses e os cristãos. Para Artur, não importa se a nova religião vencer, desde que isso não atrapalhe seus objetivos. Um homem, porém, jamais se esquecerá da antiga fé: Merlin, se ele conseguir reunir os Treze Objetos Sagrados da Britânia, espalhados quando os romanos devastaram Ynys Mon, a Ilha Abençoada, os Deuses serão restaurados e os saxões serão lançados ao mar e o cristianismo será apagado até o último vestígio.

    O mais poderoso desses objetos é o Caldeirão Mágico. Para recuperá-lo, Merlin deverá partir em uma jornada que o levará a lugares perigosos e desconhecidos. Nessa viagem, contará com o auxílio de sua magia e da espada de Lorde Derfel, um dos mais poderosos guerreiros de Artur, que segue com ele rumo aos confins da Terra em busca do tesouro. O caos, porém, toma conta de toda a Britânia. E de onde menos espera Artur recebe golpes duríssimos, que põem em risco sua vida, família e todos os planos para o reino.
    O Inimigo de Deus dá seguimento ao sucesso de O Rei do Inverno, levando aos leitores a vida de Artur e seu mundo com uma nitidez espantosa jamais conseguida em outras narrativas. É a história de um homem que luta por seus ideais em uma era brutal, prejudicado por suspeitas e magias do passado, rodeado por intrigas, e que depende apenas de sua habilidade na guerra e de seu talento para a liderança. Um romance empolgante que revela fatos históricos sobre Artur e seu mundo, imortalizados por bardos que há séculos cantam e contam as aventuras do maior herói de todos os tempos.


    Mesmo que soe um tanto repetitivo, vou dizer mais ou menos o que havia dito no post "O Rei do Inverno - Crônicas de Artur Vol 1" (veja aqui):  Pra um livro acerca de rei Artur me conquistar tanto quanto "As Brumas de Avalon" tem que ser realmente MUITO BOM! Se o primeiro volume dessa incrível trilogia escrita por Bernard Cornwell já considerei excelente, pra sua continuação "O Inimigo de Deus" eu simplesmente não tenho adjetivos suficientes.

    A falta de tempo tem sido um grande vilão em minha vida nos últimos dias. Conseguir conciliar trabalho e estudos realmente não é pra qualquer um. Mesmo assim eu faço mágica, me esforço ao máximo pra ter tempo pra leitura. É algo quase que sagrado, tanto quanto comer ou tomar banho (sem exageros). Foi em meio a essa loucura que eu chamo de vida que, numa de minhas "voltinhas" pela biblioteca eu não me aguentei e peguei "O Inimigo de Deus" pra ler. Bastavam 5 minutinhos livres e lá estava eu com o livro na mão. Até na aula eu li, mesmo com muito barulho em volta.

    Em 3 dias o devorei. Isso porque é um livro maravilhoso, envolvente do início ao fim. Mais uma vez somos guiados pelo mundo de Artur, Guinevere, Merlin e cia. por lorde Derfel Cadarn, que nesse segundo livro provou que merece o posto de personagem mais cativante de toda história. E dessa vez ele tem ainda mais destaque. Vemos sua conquista definitiva como o guerreiro mais importante da Dunmonia e talvez até de toda Britania. O vemos conquistando Cewyin, tendo filhas e sendo feliz. Também o vemos em momentos tristes, como a morte de uma de suas meninas.

    No primeiro livro vimos Artur tomando decisões erradas, como casar com Guinevere e acabar provocando uma guerra por esse motivo, e desta vez não foi diferente: Artur continua não sendo uma sumidade no quesito decisões, principalmente com relação em quem ele deve confiar. 

    Merlin aparece mais neste segundo volume e tem maior importância. E o seu jeito quase cômico que já aparecia no primeiro livro está mais acentuado. Ele é a maior figurassa de toda Britânia, com certeza. 
    Lancelot continua sendo um idiota (sim, IDIOTA), só que desta vez ele se superou e evoluiu de idiota pra "idiota traíra duas-caras", e continuou sendo o mesmo covarde de sempre. 
    Guinevere também se torna "traíra". Pra quem já conhece mais ou menos algumas história de Artur já deve imaginar do que eu estou falando... Eu nunca gostei dela e agora gosto menos ainda!
    Mordred continua sendo o futuro rei, mas aos poucos vai se mostrando não muito apto ao cargo e isso gera alguns conflitos e dúvidas. 
    Nimuê, como já havia dito no post sobre o primeiro livro, é quem faz as vezes da Morgana como a principal feiticeira da Dunmonia e a queridinha de Merlin.

    Por falar em Morgana... Esse é o único aspecto que eu desgosto da versão de Bernard Cornwell. Não consigo imaginá-la como é descrita no livro. A maravilhosa Morgana Le Fay de "As Brumas de Avalon" ainda continua bem gravada em minha memória. E achei até meio absurdo o fato de que nesta história ela acaba se casando com um bispo e se tornando cristã. Morgana sempre foi conhecida como um dos maiores símbolos pagãos da época. Mas bom, titio Cornwell deve saber o que fala.

    Algumas histórias paralelas são narradas, como por exemplo o maravilhoso relato do amor (e morte...) de Tristan (ou Tristão) e Isolda. Belíssimo e triste. Quanto à história propriamente dita pudemos ver finalmente um período de paz na Britânia. Infelizmente isso não durou muito, mas mais uma vez Artur soube conduzir a situação e salvar a Dunmonia novamente. Também faz parte do enredo principal a busca aos tesouros da Britânia, que se tornou a maior obsessão para o druida Merlin.

    E é claro, como o nome do livro já diz, o centro da trama é o constante conflito entre cristãos e pagãos. O inimigo de Deus seria o próprio Artur, que ganhou esse apelido "carinhoso" dos cristãos mais fervorosos da Britânia. Isso porque, apesar de não se declarar pagão, ele também não fazia questão de disfarçar não simpatizar com o cristianismo. Vemos os estragos que o fanatismo religioso pode causar em uma nação, o que aliás vemos até os dias de hoje...

    "O Inimigo de Deus" é uma obra excelente que entrou em minha lista de livros preferidos. Já estou com o terceiro e último volume da saga em mãos: "Excalibur". Só não sei quando conseguirei ler por causa da maldita falta de tempo. Já me sinto triste por estar tão próxima a hora de me despedir de Derfel...

    Até o próximo livro e obrigada a todos que comentam e visitam o blog :)


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Diários do Vampiro Vol. 1 - O Despertar - L.J. Smith

  • Editora: Galera
  • Autor: L.J. SMITH
  • Ano: 1991
  • Número de páginas: 240
 Sinopse: Antes de Crepúsculo, um triângulo amoroso entre dois vampiros e uma bela jovem conquistou uma enorme legião de leitores. O Despertar, primeiro volume da série de L. J. Smith lançado originalmente em 1991, deu origem à série de televisão Vampire Diaries, escrita e produzida por Kevin Williamson, roteirista de Dawson´s Creek. Irmãos e inimigos mortais, Damon e Stefan Salvatore são assombrados por um passado trágico. Vivendo nas sombras desde a Renascença italiana, eles estão condenados a uma vida solitária: são vampiros. Séculos mais tarde, o destino parece levá-los a percorrer o mesmo caminho que um dia os conduziu àquela vida amaldiçoada e eterna.
Em Fell´s Church, na Virgínia, Stefan conhece Elena Gilbert, uma adolescente bela e popular. No encalço de Stefan, Damon procura vingança, e logo Elena se verá divida entre os dois irmãos - e entre o amor e o perigo.
O Despertar é o primeiro volume da série best seller Diários do vampiro, de L. J. Smith, há mais de 15 semanas na lista de mais vendidos do New York Times.


Confesso que esse livro me decepcionou. Esperava mais, muito mais.
 
Assisto "The Vampires Diaries", a série que foi originada a partir do livro. Mas depois de ler o que tenho é a impressão de que além do nome da série, e dos nomes da maioria dos personagens, o resto é tudo diferente. Se eu fosse enumerar todas as diferenças entre um e outro o post ficaria realmente gigantesco. Desde a descrição dos personagens, tanto na personalidade quanto na aparência, até a própria história em si, os criadores da série não foram nada fiéis aos livros escritos por Lisa Jane Smith

O seriado é excelente. Tem uma trama muito envolvente, cheia de surpresas e reviravoltas. No livro o foco é aquilo que eu tanto critico: um triângulo amoroso cujo centro é uma garota da "high school". 

Neste primeiro livro da série, que possui os quatro primeiros volumes já publicados no Brasil, somos apresentados a Elena, a garota mais popular da escola, Stefan, o vampiro "bonzinho" pelo qual ela se apaixona, e Damon, o irmão malvado de Stefan. Vemos como Elena os conhece e como conquista Stefan, vemos o início dos tormentos de Damon, alguns assassinatos, e bom, pára por ai. Não acontece mais nada. Sem muitas emoções, sem muita ação. É como se este primeiro volume fosse apenas uma introdução.


Já li os dois primeiros volumes, e até agora parece que ainda não cheguei no ápice da história. A essa altura eu já até desisti de esperar os mesmos acontecimentos da série ocorrerem também no livro. Pelo visto isso não vai acontecer.

Como eu sou do tipo de pessoa que quando começo algo tenho que terminar, eu pretendo sim ler todos os livros da série. Até porque eles são fininhos, letras grandes, linguagem fácil, então não é exatamente "perder tempo". Ao todo são 7 livros, os três últimos ainda sem previsão no Brasil, então ainda tenho esperanças de que a história fique mais interessante.

Pra quem gosta de vampiros eu particularmente recomendo a série "The Vampires Diaries". Já os livros, pelo menos por enquanto, infelizmente na minha opinião não são recomendáveis.

Bom, é isso ae, até o próximo livro. ;****

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Os Sete - André Vianco

  • Editora: Novo Século
  • Autor: ANDRE VIANCO 
  • Ano: 2001
  • Número de páginas: 380

    Sinopse:
    Uma caravela portuguesa naufragada há cinco séculos é descoberta no litoral brasileiro. Dentro dela, sete cadáveres aprisionados em uma caixa de prata, acusados, na época, de bruxaria. Universitários irão estudar os cadáveres, que estão em perfeito estado de conservação... Será que estão mesmo mortos?


Desde o lançamento do fenômeno mundial "Crepúsculo", que histórias de vampiros se tornaram, sem dúvida, as mais populares. Basta você dar uma olhada na lista de mais vendidos de qualquer site ou revista e você vai comprovar: eles dominam! Eu, particularmente, não vejo motivo pra tanto furor em torno dos livros escritos por Stephanie Meyer. Pra mim, é um enredo bem sem gracinha. E a temática virou um grande clichê: meninas que se apaixonam por vampiros, criaturas noturnas frequentando a chamada "High School" americana,  vampiros bonitões (não que eu ache o tal de Edward Cullen bonitão, na verdade, o acho tão sem graça quanto toda a história), aquele clima adolescente bem chatinho e por aí vai... Respeito que muita gente goste, mas eu não consigo engolir esse tipo de enredo. Mas isso é papo pra outro post...

Eu já estava bem de saco cheio de tanta historinha bobinha e melosa a respeito das criaturas noturnas. Gosto de vampiros desde criança. Mas gosto dos vampiros assassinos, não dos bonzinhos bonitinhos. E eis que conheci André Vianco, um autor brasileiro, que se atreveu a escrever sobre os nossos queridos chupadores de sangue. E quem disse que brasileiro não é capaz de criar uma boa história de fantasia? André Vianco provou realmente ter o dom pra isso, e usou todo talento possível pra escrever "Os Sete". E aí nada de colegiais apaixonadas por vampiros galãs. O bom e velho vampiro maligno e assustador é que está presente nessa excelente obra.

Só um detalhe pra frisar. André Vianco não foi só mais um seguidor da modinha vampiresca criada por "Crepúsculo". "Os Sete" foi publicado em 2000, o primeiro volume da saga de Stephenie Meyer em 2005.

A história, que se passa no Brasil, mais precisamente em Amarração, no Rio Grande do Sul, começa quando dois amigos, César e Tiago encontram uma antiga caravela portuguesa no fundo do mar. Dentro da caravela, uma grande caixa de prata. Dentro da caixa, adivinhem só o que tinha? Sete vampiros adormecidos há quase 500 anos. Conforme eles vão acordando, o caos se instaura. Cada um dos sete tem poderes especiais e usam esses poderes pra matar, assustar e deixar cidades praticamente devastadas. E ai uma grande aventura pra César, Tiago, entre outros amigos, se inicia. E o início de inúmeras tragédias para os brasileiros também.

Pra mim, sem menor dúvida, o melhor do livro é o fato dos vampiros serem portugueses que permaneceram adormecidos por mais de 400 anos. Eles não conhecem absolutamente nada sobre o mundo atual, e são divertidíssimos os diálogos onde eles querem descobrir como funcionam as lâmpadas, a geladeira, uma locomotiva, aparelhos de som. Vampiros malignos passam a nos lembrar crianças curiosas.

Outro ponto que eu achei interessante é a grande participação do Exército pra tentar conter os vampiros. O caos que eles causaram foi muito além de apenas algumas mortes. Com seus poderes eles praticamente devastaram uma cidade inteira.

Inverno, Acordador, Tempestade, Lobo, Espelho, Gentil e Sétimo. Sete vampiros, cada um com seu poder. Os nomes com os quais eles são conhecidos já nos dão certa ideia do que cada um é capaz de fazer.

"Os Sete" em certos momentos têm um ritmo um pouco lento. Até metade do livro eu diria que boa parte é enrolação. Mas André Vianco mostra que sabe como narrar uma boa história. Aos poucos a trama vai se desenvolvendo e as últimas 100 páginas são daquelas que você devora de uma vez só.

O livro termina deixando a brecha para sua continuação: "Sétimo" é o nome da próxima obra de André Vianco, e com certeza já está na minha lista de próximos livros pra ler. 

Bom, se você gosta de histórias boas de vampiros provavelmente irá gostar de "Os Sete". André Vianco foi original ao colocar os vampiros em nosso país e criar uma história diferente de todas as outras. A linguagem é mais acessível a nós, pois ele utiliza gírias e expressões conhecidas pelos brasileiros. Isso nos aproxima dos personagens. Além disso, muitos lugares, músicas e programas de televisão citados também fazem parte de nosso cotidiano.

Recomendo também pois acredito que devemos dar mais valor à autores nacionais. Brasileiros têm mania de engrandecer autores internacionais e por vezes esquecem que também temos escritores talentosos por aqui. Portanto, vale a pena dar uma conferida.

Até o próximo post ;)
Se entrar, por favor, comente! Obrigada ;*

terça-feira, 17 de agosto de 2010

No circo da vida, quem ri é o palhaço.


Acredito que todos algum dia na vida já foram no circo. Sim, o circo, aquele espetáculo, onde humanos e animais fazem coisas impressionantes. Aquele local colorido, alegre. Aquelas arquibancadas de madeira que dão a péssima impressão de que poderão desmoronar a qualquer momento, aquelas enormes tendas de inúmeras cores. Você, criança, chegando com sua mãe ou qualquer outro familiar. Segurando uma maça do amor de um lado, a mão de sua mãe do outro. Você senta na tal arquibancada de madeira e ali vê elefantes, malabaristas, macaquinhos, equilibristas. Mas o momento mais esperado costuma ser sempre o bom e velho palhaço. Afinal, ele está ali para fazer rir, não é? Durante o seu espetáculo, nós rimos. Durante seu espetáculo, aqueles em que faltam um pouco de sensibilidade, por vezes até o ridicularizam. Afinal, ele é um homem que dá a cara pra bater. Diante de muitas pessoas ao longo de sua vida ele apresenta seu espetáculo. Ele enfrenta a platéia. Ele não se envergonha de ser quem é, o palhaço. Aquele que usa roupas coloridas. Aquele de quem as pessoas riem. Mas ele não se importa, sabe por quê? Enquanto você ri, o pobre palhaço está batalhando. Batalhando pela vida, trabalhando. Ser palhaço é seu ofício, ele se orgulha disso.
A vida é como um circo. Todos os dias cada um de nós apresenta nosso “espetáculo pessoal”. Às vezes existem espectadores interessados, outros que não prestam menor atenção. Assim como no circo, existem aqueles que adoram ridicularizar o nosso espetáculo individual. Adoram rir. Afinal, nós somos os palhaços, não é? E na vida, palhaço é pejorativo. Somos os alvos das chacotas, das piadinhas, das risadas. Somos entretenimento pra aqueles que não possuem capacidade de criar o próprio espetáculo. Afinal, ser palhaço é um dom.
Mas nós, palhaços da vida, nos dedicamos ao nosso espetáculo individual. E enquanto existem aqueles que riem, nós batalhamos. Tal qual o conhecido palhaço do circo, nós batalhamos pela vida. Aprimoramos nosso espetáculo. Tentamos melhorar a cada dia. Não damos importância pras risadas, temos orgulho de ser quem somos.
No circo da vida, o palhaço é que se torna o verdadeiro homem. Aquele que cresce, que evolui. Pois enquanto você passou a vida rindo, ele estudou, trabalhou, aprendeu com seus próprios defeitos, foi capaz de se auto-criticar. Enquanto você perdeu tempo rindo dele, ele usava esse tempo pra ser melhor do que nunca. E ai rir dele se torna motivo de vergonha pra você mesmo, afinal, será que você também evoluiu?
E é ai que fica nítida a diferença entre aquele circo colorido que íamos quando crianças e o circo da vida. Neste último, no fim das contas, quem ri é o palhaço ;)
Postzinho dedicado a algumas pessoas medíocres com quem sou obrigada a conviver. Se a carapuça servir, sinta-se a vontade, e vista-a! ;)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ensaio Sobre a Cegueira - José Saramago

  • Editora: Companhia das Letras
  • Autor: JOSE SARAMAGO 
  • Ano: 1995  
  • Número de páginas: 312

    Sinopse:
    Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.
    O Ensaio Sobre a Cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti.Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
Confesso que hesitei algumas vezes antes de escrever sobre esse livro. Em primeiro lugar porque José Saramago (Que Deus o tenha!) era um mestre. Em segundo lugar porque "Ensaio Sobre a Cegueira", que está em minha lista mental "Melhores livros que já li...", é profundamente intenso.

Primeiramente gostaria de narrar o primeiro contato que tive com algum livro escrito pelo mestre da literatura portuguesa. Estava eu na Santa Casa em junho deste ano, internada, com pneumonia, toda sofrendo e cheia de dores, quando minha amiga Paula, em uma de suas visitas, me levou um livro. Era "Caim" (que diga-se de passagem fui eu que dei pra ela de amigo secreto), a última obra do "titio" Saramago (que até então era vivinho da silva). Confesso e sinto-me envergonhada que até então eu nunca havia lido nenhum livro dele. E "Caim" foi meu fiel companheiro durante aqueles 3 dias horríveis que passei internada. Normalmente eu o leria em algumas horinhas, mas a pneumonia tinha realmente me pegado de jeito e o cansaço que ela me causava não me deixava ler por muito tempo seguido. E foi realmente amor a primeira lida. O jeito peculiar de Saramago escrever me conquistou. E foi só eu estar prontamente curada pra ir correndo na biblioteca municipal pegar mais livros pra ler.

Bom, agora que já contei (e dramatizei um pouquinho...) quando efetivamente conheci o trabalho magnífico deste homem que morreu pouco tempo depois dessa minha "aventura" hospitalar, vamos ao que interessa: " Ensaio Sobre a Cegueira".

Apenas tente imaginar: todos em sua cidade, pouco a pouco, se tornam CEGOS. Simplesmente cegos. Sem nenhuma explicação.
Agora imagine que todos esses cegos vão, conforme são descobertos, sendo colocados em Quarentena. Sim, eles são isolados do resto da cidade, pois aparentemente a tal cegueira é contagiosa. E agora pense: e se no meio de tantas pessoas desprovidas de visão você fosse a ÚNICA a enxergar? Bom, imagino que todos devem pensar "isso é uma benção, claro, seriamos privilegiados". Talvez sim, talvez não. Pois imagine como é ver o sofrimento de todos eles e o quão responsável você acabaria se sentindo por aquelas pessoas. Ou como é dito no livro "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam".

O cenário que imaginamos ao ler é caótico. Homens se tornam animais. A higiene passa a inexistir. E eu achei genial o fato de ninguém no livro ter nome. Os personagens nos são apresentados como: o médico, a mulher do médico, a rapariga de óculos escuros, o primeiro cego, entre outros. As pessoas perdem a identidade, já não se importam mais com quem são. E tudo isso é narrado de forma fantástica. A peculiar escrita de José Saramago, apenas com vírgulas como pontuações, está presente. Refletimos durante todo o livro, sofremos com os personagens, nos sentimos impotentes como eles, conseguimos visualizar o caos. Definiria este livro com duas palavras: angustiante e brilhante.

Dentre as personagens sem nome existe uma que enxerga, como eu havia dito, e que só foi parar na "Quarentena" para poder acompanhar o marido. E a força desta personagem é admirável. "Ensaio Sobre a Cegueira" é uma crítica moral e social absurda. É de um conteúdo sem dúvidas precioso.

Apenas um probleminha (pessoal...) com relação a esse livro: Saramago morreu UM DIA após eu começar a ler. Coincidência mais sombria essa é que, o mesmo aconteceu anos atrás, quando eu comecei a ler Sidney Sheldon. Acredita que pouco tempo depois o homem morreu? Se isso acontecer mais uma vez eu juro que paro de ler autores vivos ;x (ainda bem que muitos dos que eu leio já estão mortos mesmo).

Deixando de lado a conversinha fúnebre, a verdade é que Saramago pode ter morrido, mas suas obras vão ficar pra sempre. São maravilhosas, inesquecíveis. Me faltam adjetivos pra vangloria-lo. Se você não leu Ensaio Sobre a Cegueira, LEIA. Se você não leu nada de Saramago, LEIA. E me desculpe, mas se você ler e não gostar, eu acho melhor nem saber que tipo de livro você prefere.

Até o próximo livro ;)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Hora das Bruxas Vol 1 e 2 - Anne Rice



  • Editora: Rocco
  • Autor: ANNE RICE 
  • Ano: 1994 (Vol.1) / 1999 (Vol.2) 
  • Número de páginas: 490 (Vol. 1) / 492 (Vol. 2)

    Sinopse: Em A Hora das Bruxas, a autora mais uma vez exorciza seus demônios e fantasmas, narrando a saga de uma família que em quatro séculos vive entre feitiçaria e forças ocultas. A família Mayfair é o ponto central de uma dinastia de bruxos, que cresceu e prosperou dedicando-se à magia negra. Entre os Mayfair, convive-se pacificamente com o incesto, os assassinatos e com o espírito meio divindade celta, meio demônio, chamado Lasher. O romance se desenrola cronologicamente para a frente e para trás, passando por Nova Orleans e São Francisco atuais e deslocando-se até o Haiti ou a um castelo na França de Luis XIV. As bruxas de Anne Rice não pilotam vassouras: são mulheres mafiosas, ocultas sob uma delicadeza fútil. Para elas, a bruxaria é a ciência mais confiável.

Que estamos vivendo numa época onde livros de fantasia têm tomado conta das listas de mais vendidos, isso é fato! Mas muitas pessoas têm se atentado apenas à onda de novos autores do gênero, esquecendo que existem muitos ótimos autores que, pra quem gosta desse tipo de história, deveriam ser leitura obrigatória. Livros de Tolkien, Lewis, Bram Stoker e Anne Rice deveriam figurar na listinha de "Livros que todos que gostam de literatura fantástica devem ler...". Pois eu li os quatro. E é sobre um livro da "rainha" de livros de fantasia e terror, Anne Rice, que eu quero compartilhar minha opinião.

Em 1976 Rice escreveu seu primeiro livro, "Entrevista com o Vampiro", o volume 1 da série "Crônicas Vampirescas". E durante muitos anos foram os famosos vampiros os personagens principais de suas histórias. Em 1990 numa junção do científico e do místico ela resolveu sair um pouco do mundo dos chupadores de sangue. Foi de uma mistura de bruxas, demônio e ciência que ela criou a série das Mayfair. As bruxas Mayfair. E tenho que dizer que tirando o fato de ele ser realmente excelente como eu imaginava, este livro não é nada do que eu estava esperando.
 

"A Hora das Bruxas" apesar de ter sido dividido em 2 volumes é na realidade uma única história. Ela se passa em tempos contemporâneos. Nos primeiros capítulos somos apresentados, sem muitas explicações do por que, a vários personagens.  E eu fiquei me perguntando: "Tá, tudo bem, mas o que eles têm a ver com a história?". Não sei se fui apenas eu, mas foi isso que pensei no começo. Mas ao desenrolar da trama os pontos começam a ser ligados e tudo então passa a fazer sentido. 

Em resumo o livro fala sobre uma família que desde a época da Inquisição era acusada de bruxaria. Ao longo das mais de 1000 páginas que compõem os dois volumes, somos apresentados à todos os membros do clã Mayfair. Desde personagens carismáticos como Katherine e Deirdre, até personagens não muito simpáticos, como Carlotta. Mas o centro de toda história é na realidade a herdeira do clã, Rowan. E ela não irá herdar apenas dinheiro e propriedades. Existe um mistério que envolve a família Mayfair. Um homem. "O HOMEM", como é chamado algumas vezes. Seremos introduzidos a Lasher, o demônio que persegue os Mayfair desde a sua mais antiga descendente, Déborah. E justamente com relação a Lasher que temos o assunto ciência no livro. Mas isso eu não posso explicar, pois tira um pouco da graça pra quem for ler ;)

Mas provavelmente o personagem mais carismático é sem dúvida Michael, que acaba "caindo de pára-quedas" na história das Mayfair, mas desenvolve um papel muito importante na trama.

Eu imaginava um livro mais sombrio. Se você procura algo pra sentir medo, "A Hora das Bruxas" definitivamente não é o seu livro. Mas se você procura um livro de qualidade, bem escrito, com uma trama bem desenvolvida, ai sim, não tenha medo de pegar os dois grossos volumes e se aventurar. 


Anne Rice é extremamente detalhista e eu conseguia visualizar cada pequeno movimento dos personagens enquanto lia. A forma com que ela narra nos faz entrar dentro da história. 

A série das bruxas Mayfair ainda é composta por mais dois livros: Lasher (sim, o demônio Lasher) e Taltos. E não se decepcione quando chegar ao final do segundo volume e descobrir que não há exatamente um desfecho. Pra um final satisfatório você terá que ler "Lasher" (eu ainda não li). Até onde sei "Taltos" já é um pouco independente dos outros livros da série.

Recomendo 100% e estou doida pra ler os dois outros livros e todos os outros de Anne Rice. Ela é ótima e o título de "rainha dos livros de terror e fantasia" não lhe foi dado à toa. 

Até a próxima ;)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Rei do Inverno - As Crônicas de Artur Vol. 1 - Bernard Cornwell


  • Autor: BERNARD CORNWELL
  • Editora: RECORD
  • Ano:1995 
  • Número de páginas: 544

    Sinopse: Primeiro volume da trilogia que conta a mais fiel história de Rei Artur. A partir de fatos, este romance genial retrata o maior de todos os heróis como um poderoso guerreiro britânico, que luta contra os saxões para manter unida a Britânia, no século V, após a saída dos romanos.


Quem nunca ouviu falar de Rei Arthur, os cavaleiros da Távola Redonda, Merlin ou Lancelot? Personagens que já deram margens a várias histórias. Uma lenda jamais comprovada.
Há alguns anos atrás eu peguei "O Rei do Inverno", o primeiro volume da trilogia sobre Artur, escrita por Bernard Cornwell, pra ler. Na época fazia pouco tempo que eu tinha lido um livro sobre o mesmo assunto, a famosa quadrilogia "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, que figura entre meus livros prediletos, com certeza. Talvez e provavelmente por este motivo, eu não consegui sequer passar do primeiro capítulo. Não que o livro fosse ruim, longe disso, eu apenas não estava preparada pra ler uma história tão diferente, falando do mesmo assunto. 

Há alguns dias, dando uma voltinha pela biblioteca municipal encontrei "O Rei do Inverno", já bem mais gasto do que da primeira vez que o tinha pego. Fico inconformada em ver como as pessoas não tem menor cuidado com os livros. Enfim... apesar de ter vários livros que acabei de comprar em casa me esperando, resolvi fazer mais uma tentativa de aceitar outra versão pra história de Artur. O bibliotecário até comentou: "Você já pegou este aqui antes".

Iniciei novamente minha viagem de 544 páginas, mas dessa vez, cheguei até o fim. E apesar das inúmeras diferenças entre "As Brumas de Avalon" e "O Rei do Inverno", Bernard Cornwell sem dúvidas conseguiu me convencer e colocar seu livro na minha lista de "Todos deveriam ler...".

Em primeiro lugar, eu não posso deixar de comparar as duas histórias. A feiticeira Morgana, irmã de Artur e predileta de Merlin, que em "As Brumas de Avalon" é sem dúvida uma das principais, em "O Rei do Inverno" não passa de uma figurante. As definições também são completamente diferentes. No primeiro, ela é uma mulher forte, poderosa, digna, que apesar de não ser necessariamente bela, tem traços marcantes e que chamam atenção. No segundo, ela é feia, deformada por um incêndio cobre o rosto com uma máscara e só consegue dar medo nas pessoas. E em "O Rei do Inverno" ela tampouco é a predileta de Merlin. Esta, no caso, seria Nimuê. 

Artur também é diferente. O que podemos ver no livro de B. Cornwell é que ele é sim um homem bom, digno, que passa confiança. Porém possui uma fraqueza que tal qual Paris, de Homero, levou duas nações à guerra: uma mulher. Paris fraquejou pela bela Helena, e devido a isso causou a famosa Guerra de Tróia, narrada no livro "A Ilíada". Artur foi pela bela ruiva Guinevere, e esse sem dúvida foi seu grande erro.

Lancelot desse livro também é totalmente diferente daquele que estamos acostumados. Não é aquele guerreiro corajoso, destemido, tão maravilhoso como é normalmente narrado. Ele é um grosso, que adora arrumar briguinhas, se acha superior mas sempre que pode foge de uma batalha. 

A história é narrada por Derfel Cadarn, ou melhor, Lorde Derfel Cadarn, um dos melhores guerreiros de Artur. Ele conta desde o nascimento do futuro Grande Rei da Bretanhã, que pasmem, não é Artur, e sim Mordred, até o final da batalha entre os homens da Dunmonia, comandados por Artur, contra o rei de Powys, Gorfyddyd e outros aliados. 

Derfel conta a história de seu ponto de vista, dando também ênfase à sua própria história de vida, como seu amor por Nimuê e posteriormente sua paixão por Ceinwyn, princesa de Powys. 

Não vou sair contando toda história por aqui, quem quiser saber terá que ler o livro haha. Mas com certeza, recomendo 100%, é um livro bem escrito, com um excelente ritmo, pra quem é acostumado a ler com certeza é uma leitura fácil. Apesar de seu tamanho (544 páginas) é o tipo de livro que você devora. 

Algumas coisas é claro, nunca mudam. Merlin também é poderoso, Artur também possui a famosa Excalibur, dada pelo próprio Merlin. 
"As Brumas de Avalon" é e sempre continuará sendo um dos meus favoritos. Continuarei sendo fã de carteirinha de Morgana, mesmo em "O Rei do Inverno" ela não ser digamos que muito cativante. Mas o livro de Bernard Cornwell merece tanto destaque quanto. E no meu próximo passeio à biblioteca pretendo com certeza pegar os dois outros volumes da trilogia: "Inimigo de Deus" e "Excalibur".

Até a próxima ;)
 

O Leitor - Bernhard Schlink

  • Editora: Record
  • Autor: BERNHARD SCHLINK
  • Ano: 1995
  • Número de páginas: 240

    Sinose:
    Michael tem somente 15 anos quando conhece Hanna, uma mulher 21 anos mais velha. É o início de uma delicada relação amorosa, marcada por pequenos gestos e rituais. A leitura de clássicos de Tolstói, Dieckens e Goethe precede os encontros. Ao longo de meses, o casal repete essas cerimônias, interrompidas pelo súbito desaparecimento de Hanna. Sete anos depois, Michael, estudante de direito, é convidado a tomar parte em um julgamento contra criminosos do regime nazista. Ele descobre que uma das acusadas é sua antiga amante, o que o lança a um vórtice de culpa e piedade.
 

Ler um livro... e refletir. Cada livro tem uma qualidade única. Alguns nos fazem viajar, outros nos deixam tensos e ansiosos para o desfecho. Alguns tem histórias complexas e nos surpreendem a cada capítulo. Outros são simples, nada de surpresas, suspenses, teorias... Apenas uma narrativa que nos faz entrar na vida do personagem e sofrer com ele, sorrir, chorar e refletir sobre nossa própria vida... Simples, mas intensos.
É com esses dois adjetivos que eu definiria o livro "O Leitor", de Bernhard Schlink.

Sim, esse mesmo "O Leitor" que vocês estão pensando. Aquele que deu origem ao filme com Kate Winslet e Ralph Fiennes. Filme esse que acreditem se quiser, eu não assisti. Eu tenho um probleminha com filmes baseados em livros. Prefiro sempre ler antes, afinal o "passeio" se torna mais agradável quando deixamos o livro tomar conta de nossa imaginação. Quando vemos o filme primeiro, não imaginamos, apenas recordamos.

"O Leitor" é narrado por Michael Berg, que aos 15 anos se apaixona por Hanna Schmitz, 20 anos mais velha. Depois de compartilharem muitos momentos juntos, desde brigas, carinhos e os livros que Michael lia pra uma Hanna entusiasmada, ela simplesmente foi embora. Sumiu, sem aviso nem explicação. Michael passou anos de sua vida se questionando a respeito do seu amor e de sua relação com ela. Não conseguia manter um relacionamento com nenhuma mulher. Casou e teve uma filha, porém isso não foi suficiente pra manter seu casamento. Anos se passaram e ele a reencontrou... em seu julgamento.

Ela e mais algumas mulheres estavam sendo julgadas por fazerem parte da SS, durante a Segunda Guerra Mundial, e supostamente terem deixado prisioneiras morrerem durante um incêncio que ocorreu numa Igreja de um campo de concentração. Michael faz parte de um grupo de estudantes de Direito convidados a assistir e estudar o julgamento.

É nesse momento que muita confusão começa a ocorrer na cabeça de Michael. Confusões com relação aos seus sentimentos, às atitudes que deve ou não tomar. E eis que durante o julgamento ele descobre um segredo de Hanna. E pra não revelar esse segredo, ela prefere ser condenada.

Conseguimos sentir o que Michael sente. Conseguimos ter as mesmas dúvidas, a mesma angústia. Refletimos sobre nossas vidas durante suas reflexões. Nos questionamos a respeito daquilo em que ele se questiona.  O final do livro é belo e triste. Conseguimos também nos imaginar no lugar da Hanna. E sofremos muito com ela.  Como eu disse, é simples e intenso. São apenas 240 páginas que nos passam tantas mensagens.

Pretendo assistir o filme. E como Ralph Fiennes e Kate Winslet são atores maravilhosos, acredito que ele seja tão belo quanto o livro.

Recomendo 100%.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

:)

Eu sempre tive vontade de ter um blog para escrever sobre os livros que eu leio. Mas a falta de tempo, e confesso que muitas vezes a preguiça, não me deixavam fazer isso. Bom, aqui estou eu pelo menos TENTANDO me comprometer a postar com frequência neste blog.

Deixe me apresentar. Eu sou Marina, 20 anos, estudante de Direito, leitora compulsiva. Já li tantos livros que perdi a conta. Sou capaz de devorar 4 livros de mais de 400 páginas por semana mesmo tendo que dividir meu tempo entre trabalho, faculdade e namoro. Compro mais livros do que posso ler e até mesmo do que posso pagar rsrs. Costumo dizer que vou ler todos os livros do mundo. E quer saber, acho que vou mesmo, tirando alguns Crepúsculos e afins, que me desculpem aqueles que gostam, mas eu dispenso.

Gosto de livros dos mais diversos temas. Livros de História e Filosofia, suspense, drama, épicos... livros de Direito, é claro...só não sou muito chegada em histórias de amor, apesar que já li alguns e até gostei. Quando entro numa biblioteca, pareço uma criança dentro de uma loja de brinquedos. Costumo chamar meus livros de "bebês", e tenho um ciúme doentil por eles.

Também pretendo usar esse blog para divagar um pouco. Alguns desabafos, pensamentos aleatórios... afinal, todos temos aqueles dias em que por sentimentos pra fora é necessário...

Bom, por enquanto é só. Espero voltar em breve comentando sobre algum livro ;)